O presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, afirmou hoje que o Governo não definiu um prazo para a
saída das tropas americanas do Afeganistão e não tomará uma
decisão a respeito por conveniência política.
Obama deu entrevistas a cinco canais de TV que foram transmitidas
hoje e em que, antes de tudo, defendeu sua polêmica proposta de
reforma no setor de saúde, mas também abordou assuntos como o
Afeganistão.
“Não tenho um prazo para a retirada” das tropas, disse Obama em
um programa do canal CNN, embora também tenha afirmado que não
acredita em “ocupações indefinidas em outros países”.
Já em um programa da NBC, o presidente americano se mostrou
cético sobre o possível envio de mais tropas ao Afeganistão.
“Até não estar satisfeito de que temos a estratégia correta, não
enviarei mais homens ou mulheres para lá, além do que já temos”,
disse Obama.
“Não me interessa estar no Afeganistão só por estar no
Afeganistão (…) ou por enviar de alguma maneira a mensagem de que
os EUA ficarão ali” enquanto durar o conflito, assegurou Obama, para
quem essa guerra é só um dos desafios na frente internacional.
Ao canal ABC, Obama disse que o objetivo final da estratégia e
do envio de tropas ao Afeganistão deve ser derrotar a Al Qaeda e
reiterou que fará o que for preciso para proteger o povo americano.
No programa da CNN, o presidente considerou que a captura do
líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, dependerá em parte de que os EUA
tenham muito bem definida a estratégia militar no Afeganistão, algo
que, segundo ele, não aconteceu no Governo anterior.
No início do ano, Obama ordenou o envio de 21 mil soldados ao
Afeganistão, o que aumentou a presença militar americana no país
para 68 mil.
O general Stanley McChrystal, responsável pelas tropas americanas
nesse país, ainda não apresentou uma solicitação formal para o envio
de mais tropas.
As declarações de Obama sobre o Afeganistão são feitas no momento
em que tanto a opinião pública americana como líderes democratas do
Senado se mostram cada vez mais impacientes com a evolução do
conflito no Afeganistão e pressionam pela retiradas das tropas.