O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pressionou nesta quinta-feira os países desenvolvidos para que assumam o “ambicioso” objetivo de reduzir os gases do efeito estufa entre 25% e 40% na cúpula em Copenhague.
“Os países desenvolvidos devem se comprometer com metas ambiciosas para reduzir os gases do efeito estufa entre 25% e 40%, como diz a ciência”, afirmou o secretário-geral, em discurso no Parlamento grego.
“Devemos oferecer apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento em seus esforços de alívio e adaptação”, ressaltou Ban, que também pediu que esses países planejem e apliquem suas próprias estratégias nacionais.
“A mudança climática é a principal questão geopolítica e econômica do século XXI”, disse o líder da ONU, lembrando que se está em “dias cruciais”, a quatro semanas da reunião na capital dinamarquesa para conseguir um acordo internacional pós-Kyoto. Por isso, Ban defendeu “alcançar um acordo global, um acordo que seja amplo, equilibrado, equitativo e vinculativo”.
Faltando pouco mais de um mês para a conferência em Copenhague, cada vez há mais indícios de que a cúpula não levará a esse grande acordo “ambicioso” que permita combater o aquecimento global.
A cúpula preparatória realizada estes dias em Barcelona está servindo para comprovar que as diferenças são ainda muito grandes para prever que, em Copenhague, será selado um acordo que envolva os maiores atores econômicos mundiais, incluindo os países em desenvolvimento.
Esse é o caso também dos EUA, cujos objetivos de redução de gases para o período 2012-2020 – apesar do giro político dado pela nova Administração de Barack Obama a respeito da era George W. Bush – ainda são desconhecidos, e dependerão de uma lei que precisa ser aprovada pelo Senado americano.
A União Europeia (UE) tem o compromisso de reduzir em 30% suas emissões de CO2 em 2020 (a respeito de 1990), se finalmente for alcançado um acordo em Copenhague.
Os países africanos, com o apoio de outros Estados do G77 – que inclui nações emergentes, como Brasil e China – ameaçaram ontem deixar a reunião em Barcelona se não houver reflexos de um compromisso dos países industrializados sobre o financiamento do combate à mudança climática e redução de emissões.
