Não importa se você conheceu o B-52s nos anos 80, embalado numa calça da OP e num tênis yatch xadrez, ou se os viu pela primeira vez no filme dos Flintstones, no meio dos anos 90. Um mesmo objetivo deverá mover fãs, balzacas e teens, destes coloridos ícones da new wave aos shows de hoje (no Rio), amanhã (em São Paulo) e segunda-feira (em Porto Alegre): festa!
Da estreia em disco com B-52s, que ficou conhecido pelos fãs como o disco amarelo, até hoje, lá se vão 30 anos de carreira. Tempo bastante pra que a banda tenha emplacado uma penca de hits (Rock Lobster, Private Idaho, Legal Tender, Love Shack, Good Stuff), viajado o mundo, sofrido fortes baques (a morte do guitarrista Ricky Wilson, da formação original, sendo o maior deles) e engatado carreiras solo.
Ainda bem que a vontade de voltar a fazer festa como nos velhos tempos bateu forte, e em 2008, 16 anos depois do álbum Good Stuff, os quatro integrantes voltaram ao estúdio, e dali saiu Funplex, motivo que os colocou de volta na estrada.
Se você tem dúvidas de que Fred Schneider (vocal), Keith Strickland (bateria), Cindy Wilson (a loira) e Kate Pierson (a ruiva, que ganhou fama cantando Candy, com Iggy Pop e Shiny Happy People, com o R.E.M.) ainda aguentam o tranco de um frenético show ao vivo. O próprio vocalista avisa: estamos em ótima forma física e com fome de festa.
Em entrevista ao Virgula, Fred Schneider (de óculos na foto) falou do repertório do show, de sua amizade repentina com Bebel Gilberto, do remix do CSS e da felicidade de ter um presidente como Barack Obama no comando do seu país. Leia a seguir a entrevista completa.
VIRGULA – Como surgiu a vontade de voltar a gravar um disco novo (Funplex), depois de tantos anos?
FRED SCHNEIDER – Graças a Deus, nós estamos em ótima forma física e temos fome de festa. Então voltar a gravar foi uma coisa bem natural, da mesma forma que voltar aos palcos. A gente adora música, gosta da companhia um do outro, temos muito pique pra enfrentar turnês. E estamos super animados pra voltar a tocar no Brasil.
VIRGULA – Tem um remix em Funplex feito pelo CSS, que é uma banda brasileira. Você ficou feliz com o resultado, acha que o CSS também é uma banda festeira como o B-52s?
FRED SCHNEIDER – Eu não os conheço pessoalmente pra dizer se eles são festeiros, mas gosto muito do som do CSS. Não acho que a música que foi escolhida seja a mais dançante do mundo, mas eles fizeram um ótimo trabalho.
VIRGULA – E quais são suas lembranças do Brasil?
FRED SCHNEIDER – A mais alucinante é o show no Rock In Rio [em 1985], tinha várias outras bandas que a gente queria ver. Além disso, aquilo era um mar de gente na plateia, nos deixou pasmados a receptividade do público. Tem muito especial aí no Brasil, a gente adora.
VIRGULA – Vocês têm amigos por aqui?
FRED SCHNEIDER – Uma das pessoas mais divertidas que eu já conheci é a Bebel Gilberto. Nos encontramos em Atlanta, depois de um show. Ela foi mega simpática, houve uma empatia imediata. Ficamos bebendo juntos e quando vi estávamos dançando em cima da mesa. Ela é realmente uma companhia incrível. Adoraria fazer algum trabalho com ela. Além de ser uma pessoa superlegal, adoro a música que ela faz.
VIRGULA – Como estão as coisas nos EUA? Daqui do Brasil, temos a impressão de que a crise econômica é mais assunto do que o Obama…
FRED SCHNEIDER – É verdade que estamos passando por um momento difícil. Mas neste contexto, não poderia ser mais apropriado ter um presidente inteligente e bem intencionado como Obama. Dá uma sensação de alívio saber que ele está ali, mesmo que as coisas não estejam tão legais assim.
VIRGULA – O que você diria pros brasileiros que estão loucos pra ver vocês?
FRED SCHNEIDER – Que a gente está mais louco ainda pra vê-los, que estamos cheios de fôlego pra dançar, pular, fazer festa. Não queremos ver ninguém parado!
VIRGULA – E tem alguma música que vocês não aguentam mais tocar? O show vai ser mais baseado em <i>Funplex</i>?
FRED SCHNEIDER
– Não vou te contar se tem músicas que não aguentamos mais, até porque vamos tocar vários hits e é claro que tem alguns que já tocamos um milhão de vezes. <i>Funplex</i> é uma desculpa pro show, mas vamos fazer um grande mix da nossa carreira. Não dava pra ser diferente, né?
B-52s no Brasil
Hoje (<b>17/4), no Rio de Janeiro</b>, no Citibank Hall (Av. Ayrton Senna, 3.000, fone 0300-7896-8460, às 22h. Preços: de R$ 140 e R$ 200).
Amanhã (<b>18/4), em São Paulo</b>, no Credicard Hall (Av. das Nações Unidas, 17.955, às 22h. Preços: de R$ 100 a R$ 300).
Segunda (<b>20/4), em Porto Alegre</b>, no Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 100, fone 51-3375-3700. Preços: de R$ 140 e R$ 200).