A Autoridade Garantidora da Concorrência e do Mercado (AGCM) da Itália abriu uma investigação sobre a divisão italiana do Google devido a um suposto “abuso de posição dominante” em seu serviço de busca de notícias.
A autoridade antimonopólio informa hoje (23), em uma nota à imprensa, que esta decisão ocorre depois que a Federação Italiana de Editores de Jornais (FIEG, em italiano) denunciou um suposto abuso do Google ao não permitir que escolham livremente como querem que sejam utilizadas as notícias de seus sites.
A FIEG denuncia também que os sites noticiosos que não querem aparecer no Google Notícias são automaticamente excluídos do serviço de buscas, e que isso pode acarretar efeitos “de distorção” no mercado publicitário na internet.
A AGCM “abriu uma investigação do Google Itália para verificar se os comportamentos da companhia, considerando seu indiscutível predomínio na provisão de serviços de busca on-line, podem afetar de um modo indevido a concorrência do mercado da arrecadação publicitária e podem consolidar sua posição na intermediação de espaços de propaganda”, diz a nota.
Segundo os editores italianos, o fato de que o Google Notícias utilize apenas parcialmente alguns dos “produtos” destas publicações tem um impacto negativo em sua capacidade de atrair usuários e investimentos publicitários para seus próprios sites.
“Os editores italianos, que não obtêm nenhuma forma de remuneração direta pelo uso de seus próprios conteúdos no Google Notícias, não teriam também a possibilidade de escolher incluir ou não as notícias publicadas em seus próprios sites” no portal do Google, afirma o comunicado da AGCM.
A autoridade antimonopólio afirma que, segundo a denúncia da FIEG, o fato de uma publicação que se nega a aparecer no Google Notícias ser imediatamente excluída do serviço de buscas da companhia seria uma condição “extremamente” prejudicial, já que é “determinante” para um site aparecer na procura.