Milhares de ativistas e dezenas de ONGs invadiram a cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15) que acontece em Copenhague com mensagens variadas para pressionar os líderes políticos a reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2).

De fotos de calotas polares até grupos indígenas que se sentem ameaçados pelo aquecimento global compartilharão até 18 de dezembro o Bella Center, recinto onde ocorre a cúpula, para divulgar suas posturas, geralmente críticas à política ambiental dos países ricos.

Fontes da organização da maior reunião já realizada sobre mudança climática e suas consequências calculam que só as ONGs, entre elas Greenpeace, Oxfam Internacional e WWF, representam cerca de 14 mil pessoas na cúpula.

“Uma chamada urgente para salvar nosso planeta”, diz a chamada da “professora suprema Ching Hai”, que se autoproclama uma líder espiritual para a meditação e reivindica, entre outros pontos, a retirada das subvenções à indústria da carne para direcionar essas ajudas à agricultura orgânica.

Com música e tambores nativos, o Fórum Internacional de Povos Indígenas convidou a participar de uma cerimônia de purificação para que os líderes da conferência limpem suas mentes e espíritos, e lhes deem “clareza, compaixão e força” para conseguir em Copenhague “um documento vinculativo para salvar a mãe Terra”.

O porta-voz deste fórum disse que deve ser impedido a todo custo “o imperialismo do CO2” e a conversão em um produto comercial da emissão de papéis para que os países ricos comprem direitos a nações em desenvolvimento para continuar poluindo a atmosfera.

“As emissões ameaçam a vida de gerações futuras”, dizia um cartaz carregado por jovens, que denunciavam que os países industrializados continuam escondendo as emissões de gases do efeito estufa e destruição de suas florestas.

Vários ativistas passeavam pelo palácio de conferências como “homens-sanduíche”, com um painel que anunciava a “contagem regressiva para o CO2 em Copenhague” e pediam ação imediata, porque “é o momento de fazer justiça climática”.

A ONG ambientalista Greenpeace mobilizou centenas de ativistas na cúpula e atracou o navio Beluga II em um porto próximo ao aeroporto de Copenhague, para que os aviões que aterrissam possam ver uma grande cartaz com o texto Stop Climate Change (Pare a Mudança Climática).
Também pedem que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresente medidas mais sólidas de redução de emissões de CO2 quando estiver em Copenhague, em 18 de dezembro.

A Oxfam Internacional entregava material informativo sobre os danos causados pela mudança climática e tem como oradores em seu programa o arcebispo sul-africano Desmond Tutu e a ex-comissária de Direitos Humanos da ONU Mary Robinson para falarem do meio ambiente.

José Antonio Hernández de Toro, porta-voz da Oxfam na Espanha, afirma que um acordo juridicamente vinculativo mínimo em Copenhague deve conseguir a redução das emissões de CO2 dos países industrializados em 40% até 2020.

Além disso, as nações pobres devem receber o financiamento necessário para que possam minimizar as consequências da poluição causada pelas nações ricas, e a transferência tecnológica necessária para produzir menores emissões.

Segundo ele, ainda não está descartado que, em Copenhague, seja negociado um tratado vinculativo que substitua o Protocolo de Kyoto de 1997, porque, naquela ocasião, também se esperou até o último momento para selar o acordo.


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Ativistas e ONGs invadem cúpula do clima de Copenhague

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