Pelo menos 30 pessoas morreram e outras 96 ficaram feridas depois que um trem, que fazia a rota entre Moscou e São Petersburgo, descarrilou na sexta-feira, dia 27, à noite. O acidente foi provocado pela
explosão de uma bomba, de acordo com o chefe do Serviço Federal de
Segurança (FSB, antiga KGB), Serguei Biortnikov
Segundo a Procuradoria Geral, o acidente foi resultado de um atentado terrorista. “O número exato das vítimas está sendo precisado”, disse Marina Gridneva, porta-voz oficial da Procuradoria Geral da Rússia. Aproximadamente a metade dos feridos se encontra em estado grave, disse a ministra da Saúde russa, Tatiana Golikova.
Para a transferência das vítimas às clínicas de São Petersburgo e Moscou, foram enviados à área da catástrofe vários helicópteros e um avião médico. Fontes do Ministério de Emergências russo afirmaram que ainda “poderia haver pessoas” sob os escombros dos vagões.
No entanto, a remoção dos escombros foi interrompida para não dificultar a investigação do ocorrido, que está a cargo de vários grupos de agentes da Procuradoria, da Polícia Ferroviária, do Ministério do Interior e do Serviço Federal de Segurança (FSB, antigo KGB).
A Procuradoria Geral anunciou a instrução de causa, de acordo com os artigos 3/205 (atentado terrorista) e 222 (trânsito ilegal de explosivos) do Código Penal da Rússia. Por enquanto, não se precisa de quem poderia ser a autoria do possível atentado, disse a porta-voz da Procuradoria.
Fontes da investigação informaram que, no local do acidente, foi encontrada uma cratera de um metro de diâmetro que poderia ter sido criada por uma explosão. “Aproximadamente, a explosão aconteceu sob o nono vagão. A potência da carga, por enquanto, é desconhecida”, disse uma fonte à agência russa “RIA Novosti”.
Este seria o segundo atentado terrorista contra o “Nevski Express” em pouco mais de dois anos. Em 13 de agosto de 2007, um atentado com explosivos provocou o descarrilamento do mesmo trem.
Aquele ataque terrorista deixou 60 feridos e causou danos avaliados em cerca de 240 milhões de rublos, mais de US$ 10 milhões na taxa de câmbio da época. Ao mesmo tempo, tanto naquele atentado quanto agora, alguns colocam em dúvida a versão terrorista para o acidente.
Vários especialistas destacaram que o descarrilamento de ontem à noite pode ter sido resultado de “um defeito do trilho ou da presença de um objeto estranho na via”.
Sobre a explosão que antecedeu o descarrilamento, segundo as testemunhas, os especialistas lembraram que o Nevski Express é equipado com freios magnéticos que, em caso de frenagem de emergência, “emitem um barulho bastante forte, que poderia ser confundido com uma explosão”.
Especialistas ferroviários também colocam em dúvida a versão de que o acidente de 2007 foi um atentado terrorista.
Segundo eles, um trilho arrebentou na passagem do trem e rasgou a parte inferior da locomotiva, mas esta possibilidade nem sequer foi investigada.
A investigação oficial chegou à conclusão de que, em agosto de 2007, uma bomba de fabricação caseira explodiu na passagem do trem.
Dois habitantes da república da Inguchétia, cujo julgamento continua até hoje, foram acusados pelo atentado.
Um deles confessou ter transportado explosivos para a área, mas negou participação direta no atentado e admitiu ter caluniado o outro processado.
Entre passageiros e tripulação, viajavam 682 pessoas a bordo do trem Nevski Express ontem, que desenvolve uma velocidade de até 200 km/h e cobre em 4 horas e 30 minutos os 740 quilômetros que separam Moscou e São Petersburgo.
Os quatro últimos vagões do trem descarrilaram às 21h34 (16h34 de Brasília) da sexta-feira, a cerca de 25 quilômetros da cidade de Balogoye, no trecho entre as estações Aleshinka e Uglovka, e a aproximadamente 100 quilômetros da anterior catástrofe com o Nevski Express.