Pode esquecer as melodias achicletadas do hardcore melódico do CPM 22, que consagraram Wally e seus companheiros de banda no início desta década. Agora o guitarrista está muito bem acompanhado de feras do heavy metal nacional em seu novo projeto, o barulhento Astafix.

End Ever, primeiro disco da banda, já está circulando na Internet há alguns meses e finalmente é lançado em formato físico na primeira semana de novembro. Ao lado de Ayka (do Chipset Zero), de Paulo Schroeber (do Almah) e do baterista Adriano Daga, Wally mostra outro lado de sua musicalidade neste projeto, que promete agradar fãs de bandas como Fear Factory, Biohazard, Nevermore, Pantera e Machine Head.

A produção foi dirigida por Brendan Duffey, que já atuou como engenheiro de som para grandes nomes do metal nacional como Almah, Dr. Sin, Adreas Kisser, Kiko Loureiro e Chipset Zero, além de Wanessa, CPM 22, Charlie Brown Jr. e até Elba Ramalho.

Conversamos com o ex-guitarrista do CPM 22 sobre sua nova banda. Leia abaixo a íntegra da conversa.

Antes de mais nada, você tem que me contar o que Astafix quer dizer. Passei pelo menos uma hora procurando o que essa palavra significa e não encontrei sequer uma dica…
Não se sinta mal (risos). Na verdade, eu inventei esse nome (muitos risos)

Agora sim! Isso explica tudo…
Pois é! Foi uma loucura da minha cabeça! Veio do nada! É só uma parada forte, sabe? Astafix! (risos) Não quer dizer nada. Legal, né?

O fato de não significar nada é melhor ainda! E quanto tempo você levou para gravar o disco? Rolou rápido ou foi mais demorado?
Cara, foi uma coisa que rolou muito rápido mesmo. Demorou cerca de um mês e meio. Quando a gente chegou no estúdio, eu já tinha quase tudo pronto. Refiz algo durante as gravações de bateria e escrevi mais três músicas no estúdio. Ficou do caralho. Estou bem satisfeito com o trabalho, de verdade!

E como foi o processo de gravação?
Tudo foi feito com muito cuidado. Quisemos dar uma sonoridade própria para o nosso som. Nossa intenção era soar mais ou menos como ao vivo. Gravamos com o som muito alto, com as guitarras lá no talo. Afinal, ao vivo, nós vamos tocar muito alto (risos). Já conhecia o Brendan há muito tempo. Quando as músicas tomaram forma, rolou a ideia de gravar com ele. Nós até dividimos umas letras. Ele e o Adriano deram mais dimensão para o som. Eles já sabiam o que a banda precisava e deram várias ideias boas. Foram perfeitos em ver como cada música podia soar.

As músicas ficaram um bom tempo no MySpace. Quando sai o disco físico?
Bom, o disco vai para as lojas essa semana. A partir da semana que vem, o pessoal já vai encontrar o CD por aí.

E como foi a recepção dos fãs na Internet?
Ah, foi do caralho! Todo mundo que falou comigo disse que gostou muito. Tem um pessoal mandando um monte de mensagem, querendo ver a banda ao vivo. Ver a reação da maioria das pessoas foi divertido também. A maioria do povo achou que o meu som seria outra parada, digamos, em termos de estilo (risos). Acho que estavam imaginando que eu fosse fazer alguma merda, tipo pop-rock ruim, sabe? (mais risos)

Virgula – Como você vê o processo de vendas de uma banda independente nos dias de hoje? Você acha que dá para encarar esse mercado tão complicado?
Para quem quer ser artista independente, o mais importante é saber que é mais devagar do que o grande mercado. A produção de cópias é menor. Por outro lado, lidamos com um público mais fiel e inteligente. Essas pessoas não ficam esperando a mídia enfiar nada goela abaixo do público. Sei que o Astafix não vai tocar 500 vezes no rádio até virar uma coisa automática para todo mundo. O independente tem esse outro caminho. Pegamos menos gente, mas a galera certa. Sabemos que não precisamos ser a Madonna ou o Michael Jackson para viajar e tocar.

Como os fãs do CPM 22 receberam sua nova banda?
Até agora, os fãs antigos receberam bem. Nosso antigo público é uma molecada que está na sede de conhecer coisas novas. Na época do primeiro disco do CPM 22 (2001), uma galera que hoje tem 19 anos só tinha dez, sacou? Esses dias, um cara me disse: “Eu tinha dez anos quando o CPM apareceu e eu me identificava demais com a banda. Agora eu tenho 19 e estou procurando outras coisas. Por isso achei sua banda muito foda!” (mais risos). Achei isso muito gratificante. A molecada está crescendo, enquanto as bandas mais pop de agora fazem a cabeça da criançada, do mesmo jeito que a gente fazia antes.

E a participação do Ayka e do Paulo? Será possível conciliar os trabalhos deles com o Astafix?
Sem dúvida! Eles são parte da banda mesmo. Fazer um som com as outras bandas é legal para eles. Assim, podem tocar mais. Estamos fazendo de tudo para conciliar legal. Temos o critério de marcar show com pelo menos um mês de antecedência para não dar nenhuma zica. 

No MySpace da banda, ainda não há shows agendados. Existe uma data para o show de lançamento do disco?
Ainda não, até por conta dos compromissos do Paulo e do Ayka com o Almah e o Chipset Zero. Queremos começar com força total a turnê em 2010, mas estamos nos programando para fazer neste ano pelo menos um show de lançamento.


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Astafix: a nova banda, de heavy metal, do ex-guitarrista do CPM 22 Wally