Imagine um bando de mulheres fornidas à procura de sexo no Twitter e no Orkut? Elas marcam encontros às escuras com seus seguidores, mostram suas fotos nuas no Twitpic, entram em comunidades de sacanagem para saciarem seus maiores desejos e fantasias… Loucura, né?

Era mais ou menos esse enredo que eu tinha em mente assim que soube do lançamento de As Orkuteiras e Twittando e Transando, dois filmes pornográficos da produtora Sexxxy Vídeo que chegaram às lojas brasileiras no final do ano passado. Afinal, a expectativa é enorme em razão do ineditismo do tema sugerido: duas das redes sociais mais populares no País servindo de inspiração para o cinema adulto.

Porém, já abusando do trocadilho, as produções são bem broxantes. O Virgula conferiu os dois filmes e chegou a seguinte conclusão: trata-se de uma propaganda enganosa das boas. Entenda a razão.

CHAMA O PROCON

Apesar das capas sugerirem a temática tecnológica, com layouts que copiam os sites sugeridos, tanto As Orkuteiras quanto Twittando e Transando não têm absolutamente nada a ver com o Orkut e o Twitter, respectivamente.

As Orkuteiras é uma produção brasileira, estrelada por Agatha Cristine (quem inventa esses nomes?), que traz uma compilação de três cenas de sexo – sem estarem interligadas. A primeira traz um casal se pegando num jardim. É aquela coisa básica: o sujeito dá uma flor para a mulher e, pimba, no frame seguinte já está com a boca no mamilo dela. A segunda tem novamente um casal, só que desta vez em uma apertada piscina de motel. Já a terceira mostra uma filha aproveitando que os pais estão fora de casa para dar um sapeco no namorado. O engraçado desta cena é que a mãe tem a mesma idade da rebenta.

Fora isso, há mais três cenas na seção de extras, o que dá um total de 120 minutos. Mas e a tecnologia, cadê? Os únicos momentos hi-tech de As Orkuteiras estão no “relógio Power Rangers” do pagodeiro da primeira cena e no celular que a filha usa para despistar a irmã na terceira. O aparelho em questão, aliás, é um Motorola de seis anos atrás, com as laterais emborrachadas que acendem conforme uma música toca. Nem câmera o danado possui, de tão velho!

Dentro dos extras é possível encontrar outro elemento digital – o iPod nano que uma loira escuta antes de ser encoxada por um homem na pia da cozinha. A cena dela requebrando no funk enquanto passa o rodinho é digno de qualquer nota.

NO MEU ORKUT OU NO SEU?

Twittando e Transando é um filme americano, cujo título original não faz referência alguma ao microblog. O menu do filme tem hashtags, o que é bem bacana, e sua capa exibe aquele que seria o perfil das atrizes do longa. Ele não existe, na verdade – uma pena, pois seria um crossmedia bem interessante. Essa é a primeira enganação.

O longa, na real, traz os bastidores da produção de um pornô – do gênero gonzo, no caso, pois o câmera interage com as atrizes. Ao contrário de As Orkuteiras, a produção gringa tem cenas de lesbianismo e até de gang bang. Mas, novamente, nenhuma de suas três cenas (ou mesmo os extras) fazem menção ao Twitter.Também não há nenhum elemento hi-tech a ser escarafunchado.

Tudo bem que filme pornográfico não precisa de história, diálogos inspirados e afins. O que importa, claro, é o rala e rola. Mas perdeu-se aqui duas ótimas oportunidades de brincar com um tema atual – que potencialmente atingiria o público jovem, seja masculino ou o feminino – e rico. Pense só nos trocadilhos e referências nerds que se poderia utilizar, como “posso espetar meu pen drive na sua porta USB traseira?” ou qualquer uma das milhares de piadinhas que a palavra Orkut consiga sugerir.

Quando foram anunciados, os dois filmes foram um sucesso de mídia. Segundo o produtor da Sexxxy, Leandro Moran, cerca de duas mil cópias foram adquiridas apenas na pré-venda dos produtos no site www.lojasexxxy.com.br. O que, em tempos de pirataria e PornoTube, é um número bastante considerável. Resta só saber como está sendo a reação desses 2 mil internautas após conferirem a malfadada mercadoria.

Em tempo: a Sexxxy promete para fevereiro o lançamento de Facebooket.


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As Orkuteiras e Twittando e Transando: conferimos os pornôs mais comentados do momento