O setor público consolidado, formado pela União, estados e municípios, registrou superávit primário (economia feita para honrar compromissos de dívidas, inclusive juros) de R$ 4,107 bilhões em fevereiro. Os dados foram divulgados nesta terça (31) pelo Banco Central.

O resultado é 54,2% menor que o registrado no mesmo período de 2008, quando o saldo positivo foi de R$ 8,966 bilhões, e foi prejudicado pela combinação de queda na arrecadação de impostos do País.     

Uma dos principais motivos que fizeram as receitas do governo diminuir foi a crise internacional no Brasil, que fez as atividades econômicas do país recuarem. A crise também afetou negativamente a arrecadação dos Estados, por meio do menor volume de ICMS e também das menores transferências federais.

No primeiro bimestre, o superávit primário chegou a R$ 9.295 bilhões, o que corresponde a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

O governo central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) contribuiu com R$ 903 milhões. Os governos estaduais economizaram R$ 2.793 bilhões e os municipais R$ 390 milhões. As empresas estatais contribuíram com R$ 21 milhões.

Mas, a economia feita pelo setor público não foi suficiente para superar as despesas com juros, que chegaram a R$ 10.179 bilhões, em fevereiro. Com isso, foi registrado um déficit nominal de R$ 6.072 bilhões. No bimestre, as despesas com juros somaram R$ 24.618 bilhões e o déficit nominal foi de R$ 15.322 bilhões.

Segundo o BC, a dívida líquida do setor público totalizou R$ 1.091 trilhões, o que corresponde a 37% do PIB. Em janeiro, esse percentual era de 36,9%. Quanto menor a relação entre dívida e PIB, maior é a confiança do investidor de que o país é capaz de honrar seus compromissos financeiros.


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Arrecadação menor faz caixa do governo encolher 54%