O serviço de energia elétrica foi restabelecido na madrugada desta quarta-feira (11) nas regiões brasileiras atingidas pelo blecaute causado por um problema que desativou a hidrelétrica de Itaipu. Apesar da normalização do sistema, ainda há problemas localizados em alguns municípios, segundo a Itaipu Binacional.
O apagão afetou total ou parcialmente dez estados das regiões sudeste, sul, nordeste e centro-oeste, que concentram a maior parte da população do país, segundo o Ministério de Minas e Energia. O problema começou por volta das 22h da terça-feira (10) e atingiu inclusive o Paraguai, país que compartilha os serviços de Itaipu.
Quatro horas após o início do blecaute, a energia já tinha voltado na maioria das áreas afetadas, segundo as autoridades. No entanto, em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, ainda havia grandes áreas às escuras na madrugada desta quarta.
Segundo as autoridades, a falha aparentemente foi causada por um problema atmosférico no sul do país, que afetou as linhas de transmissão do sistema de interconexão nacional, o que, por sua vez, desativou as turbinas de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo em operação.
“Questões atmosféricas, tempestades de grande intensidade, podem ter contribuído para desligar as linhas de Itaipu. Em consequência, devido ao sistema interconectado, outras linhas saem de funcionamento”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao explicar as possíveis causas do blecaute.
Lobão disse que as causas exatas do problema só serão conhecidas nesta quarta, após analisar os relatórios técnicos.
Antes, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que, depois de Itaipu sair de funcionamento, aconteceu uma queda de 17 mil megawatts no sistema de interconexão nacional, que equivalem ao consumo do estado de São Paulo, de 40 milhões de habitantes.
“Itaipu está parada, tanto do lado brasileiro quanto do paraguaio”, disse o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, ao comentar a magnitude da falha.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as autoridades locais colocaram a Polícia em estado de alerta máximo e aumentaram a vigilância nas ruas para prevenir desordens e crimes.
As autoridades não informaram sobre incidentes de violência ou saques durante o apagão, mas registraram um aumento dos acidentes de trânsito nas grandes cidades e emergências domésticas, devido à falta de eletricidade.
A falha interrompeu o funcionamento do metrô de São Paulo, onde houve tumulto quando os passageiros tentavam sair das estações às escuras.
O corte de luz também afetou os dois aeroportos do Rio de Janeiro, o internacional do Galeão e o Santos Dumont, e na maior parte do país aconteceu um colapso das linhas telefônicas fixas e móveis.