Cientistas descobriram que, ao contrário do que se pensava, antepassados dos humanos já dedicavam atenção especial a crianças que nasciam com problemas genéticos. A conclusão veio depois que foi concluída a montagem de esqueletos de Homo heidelbergensis encontrados na Espanha, em 2001.
Um dos crânios revelou uma criança com cerca de dez anos de idade, e com os segmentos do crânio muito próximos. De acordo com os pesquisadores, isso provocava pressão sobre o cérebro, certamente fazendo com que a criança tivesse problemas de desenvolvimento. Muito provavelmente ela tinha dificuldades de aprendizagem e problemas graves de saúde, incluindo retardamento mental.
De acordo com a chefe do Centro UCM-ISCIII de Evolución y Comportamientos Humanos de Madri, Ana Gracia, todas as crianças precisam de cuidados. Mas esta, especificamente, precisou de cuidados ainda maiores para chegar à idade que chegou
Os Homo heidelbergensis, antepassados diretos dos Neanderthais, viveram há cerca de 500 mil anos. E, assim como fazem outros mamíferos e primatas, acreditava-se que eles eliminassem os indivíduos que nasciam com problemas.
Evidências dessa prática já foram encontradas até mesmo em culturas de seres humanos modernos. Um estudo sobre um orfanato inglês medieval, por exemplo, mostrou que a quantidade de crianças com deformidades enterradas no cemitério local era bem acima do normal.
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