Você obviamente sabe quem é Amy Winehouse. Quem não sabe? Infelizmente, essa cantora fabulosa é mais conhecida pelas vergoinhas e pelo cabelo Beehive emaranhado, que cortou antes de transferir as vergoinhas para o Caribe e depois para a Jamaica, do que por sua voz de timbre único e suas canções que parecem ter sido compostas nos anos 1960, década em que as Ronettes, um dos girl groups mais legais da época e com um dos hits mais grudentos de Phil Spector (o grande inventor dos girl groups), Be My Baby. Você provavelmente já escutou essa música por aí.


Phil também é conhecido por ter apontado uma arma para a cabeça de Joey Ramone durante as gravações de End Of the Century, disco da banda produzido por ele, mas esse é assunto para outra coluna. Aqui queremos falar das Ronettes, em quem Amy claramente se inspira, não só no corte de cabelo Beehive (“colméia”, em português), como você pode perceber pela capa do disco Presenting the Fabulous Ronettes Featuring Veronica, considerado por muitos críticos um dos mais românticos álbuns de todos os tempos, em alguns arranjos e toda a atmosfera. 


Eu descobri as Ronettes de uma maneira meio vergoinha para alguns, mas da qual muito me orgulho, por ter me deparado com  outras pérolas como Solomon Burke (Cry To Me) e Otis Redding (These Arms Of Mine) – que certamente estarão nesta coluna em breve – na trilha: vendo Dirty Dancing, sim, aquele com o moribundo Patrick Swayze, lá pelos 12 ou 13 anos. O fascínio foi imediato: quem eram aquelas mulheres cantando? Que música era aquela?


O filme abre com “Be My Baby” e enchi os pacovás dos meus pais para voltar e voltar o VHS (!) para que eu ouvisse a música de novo, até que me compraram a trilha. Claro que só fui descobrir mais detalhes depois de velha, ou seja, sobre Phil Spector, a grande mente por trás daquilo tudo.


As Ronettes eram formadas pelas irmãs Estelle e Veronica Bennet (que depois casou com Phil Spector e virou Ronnie Spector, acabou trancada em casa quando pensou em carreira solo e tem uma biografia chamada Be My Baby: How I Survived Mascara, Miniskirts, and Madness, publicada em 1990) e sua prima Nedra Talley. As moças começaram a cantar ainda adolescentes. Seu primeiro show foi sob a alcunha de The Darling Sisters, no Apollo Theatre, em Nova York, lá no remoto ano de 1959. Em 1963 conheceram Phil Spector. E dali para o estrelato foi um pulinho. Em 1964 já faziam turnê com os Beatles e os Rolling Stones. Um ano antes, Be My Baby estava em segundo lugar na Billboard.


A história não acaba bem; em 2001, as garotas ganharam um processo contra Phil Spector por não-pagamento de royalties avaliado em US$ 3 milhões. A essas alturas, Ronnie, apesar de manter o Spector em seu nome, já tinha se separado em 1973, reclamado de ter levado muita porrada.


Amando ou odiando Amy Winehouse (aparentemente essas são as duas únicas relações que público e crítica têm com a moça), Presenting the Fabulous Ronettes Featuring Veronica é um disco obrigatório na coleção de qualquer um que prime em saber a origem do que bomba por aí nos dias de hoje ou simplesmente aprecie boa música velha.


Mais aqui!


 


E, é claro, no nosso melhor amigo, o You Tube.


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Amy Winehouse e as fabulosas Ronettes

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