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Nesta sexta-feira, em especial, milhares de corações de
torcedores de um time do Rio de Janeiro vão bater mais forte. E não. Não se
tratam de Vasco, Flamengo, Fluminense ou Botafogo e suas massas. Hoje, 18 de
setembro de 2009, comemoram-se os 105 anos do America Football Club, o
“Ameriquinha” – ou “Mecão” -, clube tradicional e querido por muitos cariocas
amantes do futebol.

 

Fundado em 1904, o America logo se tornou uma potência junto
ao público carioca. Com os títulos regionais conquistados em 1913, 1916 e 1922
(considerado pelos americanos de grande importância por ser o do Centenário da Independência do Brasil),
o Mecão alcançou status de clube grande no cenário nacional, quando formou equipes
de sucesso principalmente entre as décadas de 50 e 60, derrotando, inclusive,
adversários internacionais que excursionavam no Brasil, como, Arsenal e
Portsmouth.

 

Nos últimos tempos, devido à criação do Clube dos 13 – que
excluiu o America da Copa União em 1987 -, e as seqüentes discussões com a CBF
(Confederação Brasileira de Futebol), a torcida viu o clube cair no
‘esquecimento’, pelo menos, nas disputas importantes de títulos nacionais. No
entanto, nas veias de cada americano, parafraseando o hino da equipe, ainda corre
o sangue rubro, como “a cor dos pavilhões e dos corações”.

 

Outros Américas pelo Brasil

 

O America (assim, sem acento, conforme recomenda o estatuto
do clube) inspirou o batismo de muitas outras agremiações Brasil afora. E o
nome parece, de fato, dar sorte. Nenhuma das equipes que recebeu o nome passou em branco em
sua trajetória no futebol. A começar pelo América Mineiro, de tantos títulos
regionais e participações na elite nacional. Talvez seja o único time que não
optou por dar sequência a tradicional cor vermelha do co-irmão carioca e ao
escudo padrão dos americanos.

 

Em
Minas Gerais, mais um America. Porém, este é da cidade de
Teófilo Otoni e, apesar de seguir as cores e o brasão do America original, com
todo o respeito, não atingiu a expressão que o Mecão carioca alcançou perante a
torcida brasileira. No Rio Grande do Norte, mais um America, o da capital:
segundo maior vencedor do campeonato potiguar, atrás apenas do rival ABC, também
de Natal.

 

Em São
Paulo, no interior, mais um representante da legião de
Américas no Brasil: o America de São José do Rio Preto, que está sempre
presente no Paulistão, e que chegou a participar do Brasileirão de 1978. Em
Joinville, Santa Catarina, mais um America. Assim como em Aracaju (Sergipe),
Ponta Grossa (Paraná), Manaus (Amazonas), Canguçu (Rio Grande do Sul)… São
tantos que, se unificassem todas as agremiações em só America, não seria
muito difícil a torcida alcançar números expressivos como as torcidas do eixo
Rio-São Paulo.

 

Estrelas Americanas

 

Se a torcida do America carioca é considerada pequena, pelo menos,
ela é seleta. No grupo de torcedores que clamam seu amor pelo Mecão (além de
José Trajano, experiente jornalista esportivo que todos sabem ser Ameriquinha),
personalidades como Dedé Santana, ex-Trapalhões, o poeta João Cabral de Melo
Neto, Tico Santa Cruz, vocalista dos Detonautas, o cantor Tim Maia e o ator
Oscarito, grande nome do cinema brasileiro.

 

O mais famoso torcedor do America ficou mais próximo da
equipe neste ano. Seu Edevair, pai de Romário, sempre declarou que seu sonho
era ver o filho vestindo a camisa do Mecão. Nesta temporada, dois anos após ter
pendurado as chuteiras, o baixinho assumiu o controle do futebol do time carioca
e, surpreendentemente, anunciou que deverá ‘retomar’ a carreira para realizar
alguns jogos pela agremiação de seu coração e de seu falecido pai que, da onde
estiver, deve estar feliz pelo esforço da cria rubra em lutar por dias melhores
no clube.

 


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