O cineasta espanhol Pedro Almodóvar consumiu “bastante cocaína”, mas deixou as drogas porque o bloqueava e “preferia continuar vivendo e ficar lúcido”, afirmou em entrevista publicada neste sábado (26) pelo jornal Clarín, de Buenos Aires.

Afirmou também que gosta de atores “viscerais”, com “senso natural do humor, instinto e intuição”, sem se importar se são “inteligentes”.

“Eu não sei se sou bom ou não, não estou tão seguro de mim mesmo”, disse Almodóvar, ao indicar que sua admiração pelo “cinema negro” se reflete no filme Abraços Partidos, que acaba de apresentar no Festival de Cannes.

O diretor disse que Abraços Partidos é um filme “muito emocional”, no qual teve que “secar todas essas lágrimas” que os atores derramavam durante as primeiras filmagens, porque “não queria nenhuma lágrima”.

“É um filme que comove mais do que emociona. Acho que é uma sensação um pouco mais incômoda. A lágrima é algo sedativo, relaxante”, disse.

Almodóvar disse que está tendo “bom resultado” com o tratamento para se curar da dor de cabeça “de tipo genética” que sofre e que tinha se intensificado “enormemente” nos últimos três anos.

“As drogas para minha geração são algo cotidiano. Tomei bastante cocaína, mas quando não me excitava mais, mas me bloqueava, a deixei, porque preferi continuar vivendo e ficar lúcido”, disse.


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Almodóvar diz que deixou cocaína porque "preferiu seguir vivendo"

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