A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou nesta terça-feira que a demanda mundial por energia aumentará em 40% em 2030 e que, por isso, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Copenhague em dezembro, será um “momento crucial” para planejar um futuro sustentável.

O diretor da AIE, Nobuo Tanaka, aponta, no relatório anual do organismo apresentado hoje, que os líderes mundiais têm uma “oportunidade histórica de evitar os piores efeitos da mudança climática” e afirma que a “a eficiência energética é a maior contribuição” para a redução da demanda desejada pela AIE.

Segundo o documento, em 2030, o preço do barril de petróleo chegará aos US$ 115, após ter alcançado os US$ 100 em 2020, de acordo com as previsões.

Já em 2009, a queda da atividade econômica resultará em uma estabilização do preço do petróleo em torno dos US$ 60 por barril, frente ao preço médio de US$ 97 do ano passado, segundo a AIE.

De acordo com as estimativas da agência, o ritmo de crescimento da demanda mundial por petróleo será de 1%, o que significa passar de 85 milhões de barris diários consumidos em 2008 para uma demanda de 105 milhões em 2030.

A agência também prevê que os combustíveis fósseis constituirão três quartos da futura demanda energética e que 90% dela virá de países não membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Dentro dos países em vias de desenvolvimento, China e Índia seguirão liderando o aumento das necessidades energéticas, com uma demanda futura que alcançará os 50%.

A China, em particular, superará os Estados Unidos, maior consumidor do mundo, e se transformará no país com maior demanda por petróleo e gás importado em 2025, segundo as previsões da AIE.

A chamada “pobreza energética” é outro desafio refletido no relatório, que aponta a existência de cerca de 1,5 bilhão de pessoas sem eletricidade, número que pode cair para 1,3 bilhão em 2030. O estudo diz que um “acesso universal poderia ser conseguido com um investimento de 35 bilhões de euros anuais”.

A AIE assegura que “conter a mudança climática é possível”, mas que requereria “uma profunda transformação no setor” energético. Para isso, seria necessário “um agressivo plano de ação para limitar a concentração de gases de efeito estufa no longo prazo”, que permita manter o aumento da temperatura em 2 graus Celsius e não nos 6 graus previstos se o consumo da energia for mantido no nível atual, aponta a AIE.

Os planos solicitados pela agência passam por manter o volume de carbono na atmosfera em 450 partículas por milhão, o que a AIE chama de “cenário 450”.

Este cenário requer que o pico energético global seja alcançado em 2020, que dará início em seguida a uma queda no consumo, que se situará em 26,4 gigatons em 2030, abaixo dos 28,8 gigatons registrados em 2007.
A AIE ressalta o importante papel desempenhado pelas tecnologias “baixas em carbono” e espera que para 2030, 37% da eletricidade mundial provenha de energias renováveis; que 18% corresponda à produção nuclear; e que o carbono represente apenas 5%.


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AIE alerta que demanda mundial por energia será 40% maior em 2030