Os advogados de Roman Polanski argumentam que o cineasta já cumpriu sua pena e pediram a um juiz na Califórnia que emita uma sentença na ausência do réu e o condene a uma pena similar por já tê-la cumprido em prisão, informou nesta quarta (20) a imprensa local.
Da mesma forma, segundo documentos apresentados nos tribunais de Los Angeles, os advogados consideram que Polanski não deve ser extraditado da Suíça aos Estados Unidos pela violação de uma menor de idade em 1977, porque essa hipótese não é contemplada nos acordos de extradição entre ambos os países.
Polanski, de 76 anos, que se declarou culpado por ter tido relações sexuais com uma menina de 13 anos, cumpre prisão domiciliar na Suíça à espera de uma decisão dos tribunais desse país sobre o pedido de extradição dos EUA.
O cineasta fugiu à Europa em 1978 antes que lhe ditassem a sentença e permaneceu em Paris até sua detenção no ano passado na Suíça, aonde foi para assistir um festival de cinema.
Os advogados de Polanski apresentaram o pedido enquanto se prepara uma audiência, na sexta-feira 22, perante o juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, Peter Espinoza. A Procuradoria pediu a extradição de Polanski para ser julgado pelo crime.
Em seus documentos, segundo o jornal Los Angeles Times, os advogados de Polanski argumentam que as objeções da Procuradoria para que se dite sentença na ausência do réu, respondem “a razões políticas e não à administração justa da lei”.
A defesa de Polanski ressalta, além disso, que caso ocorra uma audiência sem que o réu compareça ao tribunal, ficará em evidência a conduta inadequada da Procuradoria no manejo do caso original.
A Procuradoria do Condado de Los Angeles argumentou, por sua vez, em documentos apresentados na semana passada, que uma sentença emitida na ausência de Polanski permitiria que um fugitivo notório dite o andamento do processo.