Neste ano, cerca de 5,8 milhões de pessoas devem morrer em todo o mundo vítimas de traumas causados por situações como acidentes de trânsito e violência. O volume é considerado elevado por especialistas e supera as mortes por Aids, que somam aproximadamente 2 milhões no mundo.
Trata-se de um problema muito importante em todo mundo, por isso estamos no Rio de Janeiro para discutir como melhorar esse sistema de saúde e dar mais atenção às vitimas de trauma. Se isso acontecer, cerca de 2 milhões de mortes a cada ano poderiam ser evitadas, afirmou o diretor do Departamento da Prevenção dos Traumatismos da Violência da Organização Mundial da Saúde (OMS), Etienne Krug.
Ele participou nesta quarta-feira (28) da abertura do Fórum Global em Tratamento de Trauma, promovido pela entidade para discutir melhorias no serviço mundial de atendimento a esses casos.
Para Krug, os governos têm se esforçado para reduzir os números de acidentes de trânsito relacionados ao consumo de álcool e os índices de violência, que estão entre os fatores que mais contribuem para a ocorrência do trauma. Mas Krug destacou que apenas essas ações não são suficientes para mudar o panorama mundial. É possível a prevenção, mas neste momento a vontade política só não é suficiente, então é importante garantir a melhoria dos serviços de saúde, especialmente dos sistemas de emergência pré hospitalar e de reabilitação, acrescentou.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu que o trauma é um problema grave no Brasil, sendo responsável por cerca de 80 mil mortes por ano. Segundo ele, o país vem se preparando para isso e aprimorou sua política de urgência e emergência, que inclui o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que cobre 100 milhões de pessoas. Também há a rede de hospitais e de unidades de prontoatendimento, que devem somar 500 até o fim do ano que vem, e a implantação da Lei Seca, que tem sucesso incontestável, de acordo com Temporão.
Segundo o coordenador da Operação Lei Seca, Carlos Alberto Lopes, diversos pontos do Rio de Janeiro são fiscalizados diariamente e cerca de 2,5 mil pessoas deixaram de ser vitimadas em acidentes de trânsito nos últimos 18 meses.