Com intenção de conscientizar as pessoas sobre o aquecimento global, em 2007 foi realizada a primeira Hora do Planeta, em Sidney, Austrália. O ato simbólico consiste em apagar as luzes durante uma hora, para demonstrar a preocupação com as mudanças climáticas no mundo. Neste ano, a Hora do Planeta acontece no sábado (28), das 20h30 às 21h30.

A cada edição, mais países, cidades, empresas e pessoas resolvem aderir ao movimento. Esta será a primeira vez que o Brasil participa oficialmente do evento. Com organização da WWF-Brasil, no total, cerca de 40 cidades já aderiram ao movimento; entre elas, as capitais Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Branco, Belém, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Neste ano, já são mais de 2000 cidades inscritas, em 83 países. E entre os ícones que serão apagados no Brasil estão o Cristo Redentor, a Esplanada dos Ministérios e a Ponte Estaiada, em São Paulo. No mundo, cartões postais como a Torre Eiffel, o Coliseu e a Ópera de Sidney também terão suas luzes desligadas.

“Apagar as luzes é um gesto simples e eloqüente, ao mesmo tempo. Será um ato demonstrativo, para chamar a atenção das pessoas, reunir a família e debater o assunto”, explica Claudio Maretti, o superintendente de conservação de programas regionais da WWF- Brasil, entidade responsável pela Hora do Planeta.
 
Para Maretti, a questão principal da ação não é a economia energética, mas sim a conscientização da população sobre o meio ambiente. “A questão do gasto energético é importante para o novo modelo de sustentabilidade mundial. Mas essa hora, com as luzes apagadas, não é feita para a economia, é mais um ato visual e simbólico”.

CÚPULA CLIMÁTICA MUNDIAL

O ano de 2009 é crucial para o planeta, pois em dezembro governos de todo o mundo se unirão para assinar um acordo global de clima justo e eficiente. Além de despertar a humanidade ao problema do aquecimento global, uma das maiores metas da terceira edição da Hora do Planeta é chamar a atenção para a Cúpula Climática Mundial, que acontece em dezembro deste ano, na Dinamarca.

“Gostaríamos que a participação do Brasil na Hora do Planeta representasse uma liderança do governo brasileiro nos assuntos ambientais e em Copenhagen”, diz Maretti. O membro da WWF acredita que o Brasil deve ser líder nos movimentos sustentáveis e deve chegar na Cúpula Climática com diversas propostas.

No encontro, é esperada a assinatura de um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Inclusive, o Conselho de Tecnologia e o Instituto de Cultura da Dinamarca anunciou fará uma consulta popular em várias cidades do mundo; a ideia é que os cidadãos apresentem ideias para a Cúpula Climática. O Brasil fará parte dos países que integrarão o referendo, que acontece no dia 26 de setembro.

BRASIL É UM DOS MAIORES POLUIDORES

Segundo Maretti, o Brasil é o 4º maior emissor do mundo, após a China, os Estados Unidos e a Indonésia. Conforme dados da WWF, atualmente, o desmatamento é responsável por cerca de 75% de nossas emissões de CO2. Em segundo lugar, vem a agricultura e depois os meios de transporte, que representam, respectivamente, 24% e 5% do total de emissões do país.

“Sendo a 9ª maior economia mundial, o Brasil é uma grande potência dentre os países emergentes e também cabeça nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas” afirma Maretti. Sendo assim, a WWF-Brasil acredita que o país deve ser um exemplo para o desenvolvimento justo e sustentável e por isso a sua participação na Hora do Planeta.

Além do mais, “no mundo todo, existem 30 áreas que são consideradas prioritárias para a WWF”, afirma Maretti. “Deste total, três destas áreas estão no Brasil – a Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica, que representam 70 % do território nacional. Isso demonstra a importância do país na questão climática mundial”, finaliza Maretti.

Antes de apagar as luzes, confira o vídeo da Hora do Planeta 2009:


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Ação ambiental propõe apagar a luz para salvar o planeta