O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu neste sábado sua proposta de criar uma Agência de Proteção Financeira do Consumidor, e afirmou que os abusos sofridos pelos consumidores foram uma das causas da atual crise.
Em seu discurso dos sábados, o presidente americano afirmou não ter dúvidas de que o colapso da supervisão gerou abusos generalizados no sistema financeiro, com resultados “desastrosos”.
Como fórmula para solucionar a crise, Obama propôs esta semana um conjunto de reformas para controlar o sistema financeiro, impedir novas problemáticas e garantir que os mercados sejam justos para empresas e consumidores. Segundo o governante, um dos elementos mais importantes do conjunto de propostas é a Agência de Proteção Financeira do Consumidor, que terá “uma só tarefa: proteger os interesses do cidadão no sistema”.
Obama indicou que a crise foi causada em parte pelos americanos que assumiram dívidas que não podiam pagar, “mas também há milhões que assinaram contratos que nem sempre entendiam, oferecidos por agentes que nem sempre diziam a verdade”. Um dos principais detonantes da crise foi o colapso das hipotecas, que em um efeito em cadeia levou a uma virtual paralisação da construção, da indústria dos seguros e a um crescente desemprego.
Para o presidente, “não é coincidência que a falta de proteção ao consumidor tenha levado aos abusos: a falta de normas para impedir práticas financeiras enganosas levou aos abusos contra os consumidores”.
A agência estará facultada a aplicar novos regulamentos para que as empresas concorram com produtos que os consumidores realmente necessitem e com normas que possam compreender. “Esses contratos ridículos, com páginas que ninguém consegue entender, serão uma coisa do passado”, prometeu.
Obama admitiu que há muitos que criticaram suas propostas e disseram que são excessivas, mas convidou seus detratores a debatê-las. “O que não aceitarei será os que não argumentam de boa fé, os que defendem o status quo a qualquer custo”, acrescentou. “O mais importante que podemos fazer é pôr fim a esta era de irresponsabilidade, assumindo a responsabilidade agora”, disse.
