O Forfun, banda que surgiu em 2001, lançou esse ano seu terceiro álbum, Polisenso. A banda carioca – formada por Vitor Isensee, Danilo Cutrim, Rodrigo Costa e Nicolas César – começou compondo músicas de maneira descompromissada, a partir de uma mistura de dub, rock, reggae e música eletrônica. Um pouco depois, estavam abrindo shows para o CPM 22 e viajando pelo Brasil em turnê. O Virgula conversou com o tecladista Vitor Isensee, que afirmou que Polisenso é o álbum que marca o início da vida adulta da banda e revela que o Forfun pretende continuar a lançar seus álbuns gratuitamente na web.

Como surgiu a banda?
Em 2001, eu e o Danilo já éramos amigos. Resolvemos criar uma banda para podermos tocar as músicas que já fazíamos. Daí chamamos o baterista, o Nicolas, e o baixista, o Rodrigo. Foi bem simples, na verdade, espontâneo.

O que você escutam hoje, tanto de música internacional como nacional?
Eu ouço muito Tom Jobim, Alceu Valença, estou redescobrindo a música brasileira. Também escuto música eletrônica, Faith No More e um instrumentista africano chamada Fela Kuti. Como influências para o Polisenso, ouvimos muito O Rappa, Nação Zumbi, Bob Marley, a banda americana de reggae Sublime e a banda americana 311.

Como vocês definem o som da banda?
É difícil, porque a nossa linha é não ter linha. Nós criamos nosso som a partir de muitas influências, como dub, rock e reggae. A nossa intenção é fazer um som que misture tudo isso, mas que ao mesmo tempo soe original. Pode-se dizer que o som do Forfun é uma mistura de rock, reggae e música eletrônica.

Por que disponibilizar o álbum na Internet? Deu certo a iniciativa?
Foi perfeito. Nós achamos que colocar de graça na web – embora também tenhamos lançado em CD mesmo – seria a melhor opção para a banda, tanto artística quanto monetariamente. Todo mundo sabe que os artistas não vivem da venda de álbuns, e sim da renda dos shows. Foi muito mais vantajoso para o Forfun, ganhamos em divulgação e, além disso, o público percebeu que estamos mais preocupados com a música do que com a grana. Foram mais de 400 mil downloads em três meses. O álbum, da maneira que colocamos na web, tem um caráter de souvenir para os fãs mesmo. Deu tão certo que o próximo com certeza vamos colocar de graça na web de novo, só que de uma maneira ainda mais elaborada.

Polisenso é o 3º álbum do Forfun. Como a sonoridade da banda evoluiu até chegar neste terceiro álbum?
Em relação aos outros dois álbuns, Das Pistas de Skate às Pistas de Dança e Teoria Dinâmica Gastativa, um tempo bem grande transcorreu. O segundo álbum tem muita coisa do primeiro. Mas a questão é que esses dois álbuns refletem uma época na qual todos nós tínhamos 18 anos. Polisenso é a maturidade. Quatro anos depois, fica claro que esse álbum inaugura uma fase adulta da banda.


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“A nossa linha é não ter linha” afirma Vitor Isensee, tecladista da banda Forfun