A principal atração do futebol está em litígio com as estrelas. Sempre que aparece um perna de pau, alguém que perca um lance bisonho, colocamos a culpa na BOLA. Justamente nela. Uma injustiça.
A evolução foi grande: feita em couro e com costuras salientes, incomodava demais aos atletas que chegavam a jogar com toucas para não machucar a cabeça. No início dos anos 90 foi introduzido na construção o material sintético, a imaginação dos designers e a era da tecnologia.
Paralelamente a toda essa evolução ocorre a disputa principal: o interesse financeiro. Os negócios. Adidas (responsável pelas bolas dos torneios da FIFA) e Nike disputam palmo a palmo um mercado que movimenta milhões.
Tenta-se dar uma importância a parte tecnológica que não combina com futebol. Há algum tempo visitei uma fábrica e fiquei surpreso: a principal máquina de testes era uma espécie de canhão, que ficava atirando bolas em parede para testar sua durabilidade. Algo que impressionava.
A “Jabulani”, bola da Copa do Mundo, que recebe críticas e elogios, certamente foi testada pela Adidas. E muito.
Nesse mercado vale tudo. Não se iluda.
Kaká, Raul, Henry e Beckham são jogadores patrocinados pela ADIDAS. Você ouviu alguma crítica deles à bola?
Já Julio Cesar detonou: “É HORRÍVEL, PARECE BOLA DE SUPERMERCADO”. O goleiro é patrocinado pela NIKE. Perguntar não ofende: teria a mesma opinião se a Nike fosse a fornecedora oficial? Luis Fabiano também poderia responder.
Kaká foi na contramão, elogiou a gorduchinha. Teria criticado se a bola fosse da NIKE? Sempre foi assim. Os jogadores se adaptam.
Rivelino me disse que se jogasse hoje faria muito mais gols. A bola é muito mais veloz, ganha um efeito incrível. Na mesma linha seguem todos os jogadores com quem conversei. É apenas uma questão de adaptação.
Durante uma transmissão, na rádio CBN, perguntei a Raí quem fabricava a melhor bola. A resposta foi clara: “a Adidas tem mais know-how que a Nike. É uma empresa que está no mercado há muito tempo”.
Em cada lugar do mundo se joga com uma bola. Impossível exigir uma padronização; é uma questão de mercado.
Diferente sim, mas nada que justifique um “frango” ou um gol perdido debaixo das traves. Todos se acostumam. A bola evoluiu mais que qualquer jogador nos últimos 30 anos.
(Colaboração: Raphael Prates)
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