Para pessoas acima do peso ou muito pequenas já é difícil encontrar roupas, então imagine para quem tem algum tipo de deficiência? Foi pensando em promover essa discussão que a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência criou o concurso Moda Inclusiva, que premiou estudantes de moda criadores de propostas de vestuário adaptado. A
final, que aconteceu na terça-feira, 9 de junho, contou com a presença do Governador do Estado José Serra. Segundo a Dra. Linamara Rizzo Battistella, que comanda a pasta na
secretaria, trata-se da primeira iniciativa deste tipo no mundo.

Com interessantes trabalhos apresentados e um tema mais do que pertinente, a final do concurso só pecou por ter sido realizado bem no meio da temporada de desfiles, quando os jornalistas de moda que poderiam ajudar a divulgar mais a  causa estão em peso no Fashion Rio ou se preparando para o São Paulo Fashion Week.

Os jovens estilistas desenvolveram roupas com preocupações não só como a beleza estética mas também a funcionalidade, como a fácil colocação com zíperes ou velcros, modelagem estreita (para quem é cadeirante não ficar com a roupa embolada), bolsos em lugares estratégicos e espaço para os deficientes visuais guardarem suas bengalas. Algumas peças até contavam com poesias em Braille.

A vencedora foi a estudante da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH – USP Leste) Brunna Novo do Val, de 21 anos, que criou um vestido pra uma modelo com deficiência física. “Foi muito bonito ver os modelos animados, o  concurso foi muito importante pra inclusão deles”, conta. “Adorei fazer a roupa e, com certeza, se surgirem oportunidades eu continuo na área de vestimenta para  deficientes”, afirma Bruna. Seus prêmios foram um estágio remunerado na empresa Vicunha, livre acesso ao evento Pense Moda e credenciais para o SPFW.

A moda inclusiva tem um grande potencial pra se tornar um expressivo segmento no mercado de moda pois o Brasil tem hoje 24,6 milhões de pessoas com deficiência, cerca de 4,2 milhões de pessoas somente no estado de São Paulo.  Com a Lei de Cotas que estabelece reserva de percentual de vagas a trabalhadores com deficiência e esse público entrando no mercado de trabalho, o nicho ganha  relevância ainda maior.

Participaram do júri do desfile Aline Nóbrega (Vicunha), Anne Gaul (OEstudio), Cid Torquato (Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência), Graça Cabral (SPFW), Paulo Borges (SPFW), Camila Yahn (Pense Moda),  Vanessa Vidal (apresentadora do programa Insert), Deuzeni Goldman (esposa do Vice-Governador do Estado de São Paulo) e Tábata Contri (atriz). O concurso foi criado em parceria com o Pense Moda, Vicunha, SFPW e a Universidade Anhembi Morumbi.


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1º Concurso de Moda Inclusiva premia estudantes

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