A concorrência dos vestibulares mais disputados do país foi o que sempre assustou o vestibulando. Carreiras como jornalismo e publicidade e propaganda intimidam pelo número de candidatos por vaga. Mas será que esta média de quantos disputam uma vaga diz tudo sobre a concorrência?
Em 2009 o curso de medicina da Universidade de São Paulo (USP) era apenas o sexto mais concorrido do exame da Fundação Universitária para o vestibular (Fuvest). contudo, era o recordista em inscrições com 13.379 candidatos. Nem sempre os mais concorridos são os mais procurados.
Depois de medicina a carreira com o maior número de inscritos é engenharia da escola politécnica e computação, 10.475 pessoas se candidataram ao curso no vestibular de 2010 da Fuvest. Em outros exames para universidades disputadas como a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fica mais claro como as carreiras mais almejadas são as consideradas tradicionais. Medicina da Unesp de Botucatu tinha uma concorrência de 115,6 candidatos/vaga em 2009, número este que saltou para 129,2 em 2010.
Em segundo lugar no ranking dos mais disputados da Unesp em 2010 vinha direito de Franca com 55,5 c/v, seguido por arquitetura e urbanismo de Bauru com 36,7 c/v. As vagas oferecidas pela Unicamp e pela Unesp têm uma divisão mais igualitária entre os cursos, assim, os mais concorridos acabam sendo de fato os mais procurados.
O vestibulando Gustavo Braga, 17, vai disputar uma vaga de medicina nestes grandes vestibulares. “O processo é um pouco injusto, a pessoa pode ter todo o conhecimento necessário para cursar o ensino superior, mas, às vezes, ela tem dificuldade em aguentar uma prova extensa e difícil”, desabafa. O curso dele figura entre os mais disputados também na Unicamp, em 2009 teve 79,9 c/v e em 2010 teve 89,7, quase 90 alunos por vaga. E 2008, jornalismo estrelou o papel de mais concorrido na Fuvest, eram 41,63 candidatos para cada vaga. No entanto, contava apenas com 2.538 inscritos, número que não chegava a 20% do total de candidatos a uma cadeira no curso de direito (11.309).
Os números podem enganar, mas uma coisa é certa é melhor estar preparado para as provas. O estudante Leonardo Ferreira, 20, que vai tentar pela quarta vez uma vaga no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), levanta um problema relativo a concorrência “acredito que cursos cuja concorrência é extremamente alta identifica um problema: será que os alunos que não passaram nas carreiras concorridas já não estão aptos a prestarem o curso? Muitos estão, e isto significa que uma expansão do sistema deveria ocorrer para atingir a alta demanda”. Enquanto o número de vagas não aumenta, o melhor que o vestibulando tem a fazer é estudar para valer a fim de conseguir a tão sonhada vaga nas universidades públicas.