Uma juíza civil anulou hoje o primeiro casamento entre mulheres na Argentina, protagonizado por Norma Castillo e Ramona “Cachita” Arévalo, em Buenos Aires, há uma semana, informaram fontes judiciais.
Norma, de nacionalidade argentina, e Ramona, uruguaia, ambas de 67 anos e juntas há três décadas, se casaram no último dia 9, depois de conseguirem a autorização judicial da magistrada Elena Liberatori.
Nesta sexta-feira, a juíza nacional de primeira instância Martha Gómez Alsina decidiu anular o enlace ao aceitar a apelação de um advogado católico para que declarasse o casamento “inexistente”.
A união entre Norma e Ramona foi a terceira realizada no país entre pessoas do mesmo sexo e o primeiro entre duas mulheres. Atualmente, a Câmara dos Deputados debate um projeto de reforma do Código Civil para permitir os casamentos entre homossexuais e que estes possam adotar crianças.
A reforma legal é taxativamente rejeitada pela Igreja e grupos fundamentalistas católicos que se envolveram em ásperas polêmicas com dirigentes políticos e associações defensoras dos direitos dos homossexuais.
O primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo aconteceu em dezembro, na cidade de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, graças a um decreto provincial que permitiu que Alex Freyre e José María di Bello se casassem após tentarem, sem sucesso, em Buenos Aires, em novembro.
No entanto, ontem, o juiz provincial Marcos Meillien declarou “inexistente” este casamento, que tinha se tornado o primeiro casamento gay da América Latina.
Mais de 60 casais homossexuais apresentaram pedidos de amparo para poderem se casar na Argentina, onde atualmente está permitida a união civil entre pessoas do mesmo sexo em quatro cidades, entre elas Buenos Aires