Seis jogadores do clube espanhol Bada Bing, da terceira divisão da liga regional da Catalunha, foram condenados a seis anos de prisão por terem agredido jogadores sul-americanos do clube Rosario Central de Catalunya com motivação racista.
Na sentença conhecida hoje, a nona seção da Audiência de Barcelona despreza os recursos apresentados tanto pela Promotoria como pela defesa dos condenados.
Em outubro, um juiz de Barcelona acolheu os pedidos da Promotoria quase em sua totalidade e impôs as penas mais duras aos dois principais acusados, os irmãos Israel Moreno Gómez e Valentín Moreno. O primeiro pegou seis anos de prisão, enquanto o segundo foi condenado a seis anos e nove meses.
Ambos estão em prisão preventiva devido ao caso e já tinha histórico de delitos. Valentín Moreno já foi condenado em dezembro de 2001, quando ainda era menor de idade, a oito anos de internação e três de liberdade vigiada pelo assassinato de um jovem na Vila Olímpica de Barcelona.
Para o juiz, ficou provado que, durante o jogo, disputado em 10 de janeiro do ano passado, os jogadores do Bada Bing proferiram insultos e ameaças racistas aos integrantes do Rosario Central de Catalunya e que, após a expulsão de um jogador, começaram a agredi-los.
Segundo a sentença, foi justamente o fato de os jogadores do Rosario serem da América do Sul que motivou e agravou a vontade de agredir dos seis condenados, que durante todo o jogo não deixaram de menosprezar a origem de seus rivais.
Os condenados falaram insultos como “se (o ditador Francisco) Franco estivesse vivo, você estaria em seu país” e ameaças como “vou cortar sua cabeça, colocá-la em um envelope e vou mandar para seu país”.
Cinco jogadores do Rosario Central de Catalunya, seu presidente e a secretária da equipe, que tentava fotografar os agressores quando um dos condenados lhe tomou a câmera violentamente, foram agredidos.
Quatro meses após a condenação, os magistrados da nona seção da Audiência de Barcelona desprezaram os recursos de apelação interpostos pelos advogados dos seis condenados e confirmaram “integralmente” as penas da sentença original.
Além dos irmãos Moreno Gómez, o juiz condenou Jonatan Padilla Fernández (três anos e três meses), José Luis Espada Sánchez (três anos e três meses), Carlos Raya González (dois anos e 11 meses) e Efrem Simón Suárez (dois anos e um mês).
