Com a sala do Auditório Ibirapuera lotada, o Hurtmold subiu ao palco neste domingo (17) fazendo um show empolgante e com surpresas.
O grupo, que existe desde 1998, possui seis integrantes (Fernando Cappi, Guilherme Granado, Marcos Gerez, Mário Cappi, Mauricio Takara, Rogério Martins) e hoje é também a banda que acompanha Marcelo Camelo.
Eles fazem um som que pode ser descrito como rock de vanguarda, com experiências sonoras diversas, ora suaves ora intensas, passando pelo jazz e pela música brasileira de pegada mais lírica e percussiva.
A presença de cada um no palco tem a mesma importância para formar a massa sonora cheia de texturas, confirmando que o Hurtmold tem cacife para partir para mais temporadas no Auditório, legitimando-se com uma banda paulistana independente, de conteúdo e personalidade forte.
No ano passado, o Hurtmold comemorou dez anos de existência no mesmo local, com uma temporada de três dias seguidos com convidados. Estiveram lá Marcelo Camelo, Daniel Ganjaman (Instituto), Flávio Cavichioli e Gustavo Riviera (Forgotten Boys), Paulo Santos (Uakti), o trompetista americano e antigo colaborador do grupo Rob Mazurek e o saxofonista suíço Thomas Rohrer.
No domingo, além de composições novas, o grupo tocou a ótima Desisto, do álbum Cozido, de 2002, época em que a banda ainda tinha os vocais de Guilherme Granado, que hoje toca vibrafone, teclado e bateria eletrônica. “Minha voz não tem o mesmo alcance”, disse Guilherme, após o show.
Mal sabe ele que na verdade, para além da expertise musical, a nostalgia do Hurtmold com vocais foi um dos momentos mais bacanas para toda a platéia que estava no Auditório.
Vida longa ao Hurtmold!