Neste sábado, dia 19, é comemorado o Dia do Cinema Brasileiro. Ao contrário do que é disseminado na internet, que atribui a comemoração ao dia 5 de novembro, a própria Ancine (Agência Nacional do Cinema) confirmou que o dia 19 de junho é oficialmente o dia para festejar a produção artística brasileira.
Você sabe qual a origem da data? É que no dia 19 de junho de 1898, o italiano Afonso Segreto rodou o primeiro filme em movimento genuinamente brasileiro, no Rio de Janeiro. Na verdade, era um documentário com cenas da Baía de Guanabara, tomadas das fortalezas e navios de guerra feitas a bordo do navio francês Brésil.
Mas nós realmente temos motivos para comemorar a data? É inegável que estamos em uma boa fase de bilheterias. Em janeiro de 2009, Se Eu Fosse Você 2, Daniel Filho, passou de 1 milhão de espectadores em menos de uma semana. Outro momento histórico foi com o recente Chico Xavier, visto por mais de 3 milhões de pessoas e com faturamento de R$ 27 milhões nas bilheterias. Ele se mantém como terceiro colocado nos filmes – nacionais e internacionais – de maior arrecadação deste ano no Brasil.
No entanto o que falta para o Brasil ganhar um maior reconhecimento dentro e fora do país? Há vários questionamentos sobre a diversidade dos temas abordados nos filmes nacionais atuais. Qual o caminho para um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ou novamente uma Palma de Ouro em Cannes? Se a questão não é prêmio, então identifiquemos a identidade do cinema brasileiro. Infelizmente esse é ainda um caminho que está sendo traçado, apesar de termos a excelência de Eduardo Coutinho, a sensibilidade de Walter Salles ou a inovação de Fernando Meirelles.
Enquanto o Brasil tenta descobrir qual é o seu cinema autoral, o público pode comemorar o recente projeto de restauro da Cinemateca Brasileira, anunciado pelo novo secretário do Audiovisual, Newton Cannito. São R$ 3,5 milhões para a restauração das obras selecionadas: Xica da Silva, Lacrimosa, O tigre e a gazela, Porto de Santos, Abá, Cabra Marcado, A morte comanda o cangaço, A margem, Meow, Chico fumaça, O caso dos irmãos naves, O alquimista do som, Nós por exemplo, Tempo do mar e Adultério à brasileira.