Lembra daquele caderno de enquetes, que circulava pela sala de aula com um monte de perguntas, para que cada um dos alunos respondesse? Então, voltou com tudo – na internet. Desde a semana passada, virou moda no Twitter divulgar o Formspring um formulário social cuja ideia é a seguinte: perguntar qualquer coisa para quem tiver um perfil dentro do serviço. Assim, simples mesmo. Nem precisa ter registro ali, pode ser anônimo.
Para o cadastro, é só fazer aquela beabá de sempre – deixar um e-mail, criar um apelido e, claro, divulgar sua vida 2.0: endereço de blog, integrá-lo com Twitter e Facebook… Feito isso, o URL ganha um endereço pessoal – www.formspring.me/seunome. Isso torna bem fácil a sua divulgação. Fale para seus amigos, libere o endereço na internet. Afinal, a graça do Formspring é receber as perguntas e respondê-las. Só assim ele funciona, não faz muito sentido deixá-lo ali parado.
Sempre que alguém enviar uma questão para seu perfil, um aviso será enviado por e-mail. Quem for cadastrado pode perguntar se identificando – ou não. Prepara-se para ouvir aquelas perguntas cheias de trocadilhos, além de reparar que as pessoas são bem curiosas em relação a sua vida e opção sexual. “Engole ou cospe?” é praticamente um must dentro da rede social. As perguntas só entram no seu perfil após respondidas. Não gostou? Apague e pronto – quem fez a pergunta não pode editá-la mais tarde.
Para aqueles que buscam uma maior privacidade, existe a opção de permitir apenas perguntas de quem estiver logado dentro da página. É um bom filtro para evitar chateações – mas o divertido do site é justamente as questões idiotas, vindas daqueles que não querem se identificar para sacaneá-lo. O anonimato é totalmente aceito dentro aqui.
É possível seguir perfis no Formspring. Acha que fulano dá respostas engraçadas ou inteligentes? Dê um follow. O conteúdo vem organizado depois, da mesma maneira que o Twitter. Essa é uma boa sacada, mas o serviço é bem primário: não dá para saber quem o segue, por exemplo. A ferramenta de buscas também é bem simplória.
Infelizmente, o Formspring parece que nasceu com o prazo de validade quase expirado. Bastam algumas horas de uso para ficar enjoado. As perguntas costumam se repetir bastante e devia existir um filtro para isso. Se as questões ali levantadas não forem pertinentes e instigantes, a brincadeira logo fica cansativa – isso porque a ferramenta é uma tremenda massagem para o ego. Ao se receber várias perguntas, logo se pensa: “ei, eu sou uma pessoa interessante, que posso ter algo a dizer”.
Não tem como não se sentir uma celebridade. Ponto.
Como as pessoas são voyeurs, o Formspring é mais uma dessas redes sociais feitas para a auto-exposição. No Twitter, você responde o que ninguém perguntou aqui, pelo menos, não se fala com as paredes.