Três dias após o terremoto que destruiu a capital haitiana, a sede e a fome empurraram a população para a violência.


 


O dia de ontem (15) foi marcado por inúmeros saques a mercados ou a qualquer lugar onde se possa encontrar água potável ou comida. Em meio a um cenário desolador, que remete a uma situação de guerra, a população continua nas ruas, pedindo por socorro.


 


A insegurança é total. No centro da cidade a população se enfrenta para buscar comida soterrada pelos escombros de supermercados que ruíram com o terremoto da última terça-feira que atingiu 7 pontos de magnitude.


 


Gangues começaram a atacar pessoas que estavam nos acampamentos formados em vários pontos descampados e praças de Porto Príncipe.


 


Houve ação militar para segurança na região portuária, no centro e em Bel-Air, bairro mais destruído pelo terremoto, mas não foi suficiente para conter os saques.


 


Um armazém do Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) foi saqueado.


 


Na área mais afetada,  Bel-Air, muitos corpos ainda estão nas ruas, e o trabalho de remoção dos escombros ainda não começou a ser feito. Há corpos amontoados em vários pontos da capital. Com o passar das horas, o estado de putrefação avança e o mal cheiro aumenta, misturado com a poeira.


 


Na sexta-feira, militares e bombeiros brasileiros conseguiram retirar com vida uma enfermeira de 46 anos, que ficou três dias sob os escombros.


 


Ela passa bem agora, depois de ser transferida para a base militar da Minustah (Força de Paz no Haiti). No momento em que os militares passaram pelo local, o marido dela pediu ajuda e foi ouvido.


 


Ao se aproximarem dos escombros do hospital de três andares onde ela trabalhava, puderam ouvir seus gritos e iniciaram com as mãos a retirar o entulho. O trabalho durou quase três horas até que a enfermeira foi resgatada.



 


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Fome e sede fazem violência explodir em Porto Príncipe

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