Conhecemos um pouco das características e da personalidade do técnico da seleção brasileira: sujeito sério, comprometido com suas convicções, parece não se preocupar se responde ao Presidente da República ou ao porteiro do prédio. Ótimo.

É do tipo que erra sozinho, mesmo porque não compromete sua amizade com os mais próximos. Não entrega seus escudeiros.

O auxiliar Jorginho tem função apenas tática/técnica e, também, é conselheiro/amigo. Tenho a impressão que foi ouvido, claro, mas a decisão da convocação é de Dunga.

Deixar Ganso, um meia com características diferentes (canhoto, dita o ritmo do jogo), fora, indica que Dunga está só no comando, e que não sofre nenhum tipo de interferência. É inegável que o treinador resgatou valores perdidos em outros momentos. Fala em comprometimento, valoriza a amarelinha (à la Zagallo) e enquadrou os jogadores à sua maneira.

O desdém de alguns acabou e qualquer que seja a falta de comprometimento, dos mais variados tipos, pode fechar as portas enquanto o gaúcho estiver no comando.

Todas essas mudanças e qualidades não fazem dele uma unanimidade. Pelo contrário. Errou em alguns nomes, especialmente, se levarmos em consideração que teremos uma Copa do Mundo, completamente diferente de amistosos ou jogos de eliminatórias contra equipes fracas.

O Paraguai, sem tradição e com uma base razoável, liderou boa parte da competição.

Preocupa a convocação de alguns nomes que certamente serão questionados. Faltam opções para determinadas situações de jogo: Se Kaká sentir contusão, quem joga?? Qual o jogador que pode atuar como articulador da seleção se Kaká estiver sobrecarregado?? Quem vai cadenciar o ritmo da seleção quando precisar prender a bola? Temos quais opções de jogo se não tivermos o contra-ataque? (convenhamos, a Coréia do Norte, citando um fraco e verdadeiro exemplo, não se abrirá contra o Brasil).
 
Situações preocupantes

Doni: Reserva de Julio Sergio no Roma, questionado por muita gente.

Gilberto: Convocado como lateral, experiente, já esteve em Copa. Mas é meia no Cruzeiro

Michel Bastos: Tímido, tem jogado mais como um ala/atacante no Lyon

Julio Batista: Reserva no seu time, sequer chegou a ser titular quando se formou no São Paulo.

Grafite: Sua melhor temporada foi no ano passado. Pouquíssima história na seleção, longe de ser uma novidade, como seria o Ganso por exemplo.

Kleberson: Não tem mais a força física de 2002, e é reserva no Flamengo. Joga pouco.

Elano: Deixou o City e atua num futebol pouco competitivo se comparado a outros centros.

 Dunga acredita no potencial de seus convocados e subestima o que os adversários podem fazer. Portugal? Quem é Portugal? Costa do Marfim? Fortes, mas bagunçados.

Os amistosos contra Itália, Argentina e Inglaterra mostram que somos fortes. Engano. Em 30 dias, eles não valem nada.
 
“Prefiro resolver com a minha cabeça do que com a dos outros” , a frase é de Felipão ao anunciar o penta do Brasil. Que assim como ele, Dunga não tenha errado.
 
Colaboração: Raphael Prates


int(1)

Dunga confunde coerência e competência

Sair da versão mobile