O triunfo do candidato opositor Sebastián Piñera nas eleições realizadas neste domingo (17) no Chile representa a volta da direita ao poder pela via democrática, algo que não acontecia desde 1958, e inaugura um novo ciclo político que põe fim a 20 anos de Governo da Concertação, coalizão de centro-esquerda que governa o Chile desde 1990. Com 51,61% dos votos, Piñera venceu o esquerdista Eduardo Frei no segundo turno, após a apuração de 99,2% das urnas.
“O país quer uma mudança, virou para à direita”, disse o ministro do Interior, Edmundo Pérez Yoma, após ser conhecida a primeira parcial oficial, que incluiu 60,32% dos votos e colocou Piñera 3,75 pontos à frente do de Frei.
O primeiro balanço deu a Piñera 51,87% das preferências e 48,12% ao ex-presidente Frei, tendência que foi confirmada na segunda parcial, que mostrou 51,61% dos votos para o direitista contra 48,38% do governista.
Em declarações a jornalistas, Pérez Yoma descartou uma mudança de tendência: “o mais provável é que estes números se mantenham”, disse, afirmando também que já tinha entrado em contato com Sebastián Piñera para felicitá-lo.
O mesmo fez pouco depois a governante chilena, Michelle Bachelet. “Quero cumprimentar ao senhor, a seus filhos, a toda a equipe que o acompanhou durante a campanha, que eu sei por experiência própria o quão difícil pode ser”, disse.
“Mais uma vez, o Chile pôde mostrar ao mundo que somos um país capaz de levar um processo eleitoral impecável, com ordem, com apuração rápida e sem discussão pelos resultados eleitorais”, acrescentou.
Piñera, por sua parte, pediu a Bachelet alguns conselhos “para continuar sua obra”. Eles combinaram um encontro para a manhã desta segunda-feira (18).
Anteriormente, o próprio Frei tinha reconhecido o triunfo do investidor e o parabenizou. “A maioria dos chilenos deram sua confiança para que conduza os destinos do país pelos próximos quatro anos e desejo êxito em sua gestão”.
Frei, que governou o país entre 1994 e 2000, destacou “a maturidade cívica dos chilenos” e a “limpeza e transparência” da eleição. Disse que tem esperança que “prevaleçam o diálogo e as conquistas sociais” que os Governos da Concertação conquistou.