A China declarou nesta terça-feira forte oposição ao próximo encontro entre o presidente americano, Barack Obama, e o Dalai Lama, e assegurou que esta reunião prejudicará seriamente as relações sino-americanas.
“Se o presidente Obama se reunir com o Dalai Lama, adotaremos firme oposição, o que ameaçará a confiança e a cooperação entre ambas as potências”, disse Zhu Weiqun, subdiretor do Departamento da Frente Unida do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), em entrevista coletiva.
Além disso, Zhu afirmou que a relação entre o Governo central e o Dalai Lama é um assunto totalmente interno da China e que o país se opõe à tentativa de qualquer força estrangeira a interferir em assuntos internos de usando o Dalai Lama como pretexto.
Na visita de outubro passado do Dalai Lama aos EUA, Obama, em um gesto voltado à China, não se reuniu com ele, sendo o primeiro presidente americano que não concede esse privilégio ao líder tibetano. No entanto, o líder americano enviou uma delegação governamental a Dharamsala (sede do Governo tibetano no exílio) e prometeu um encontro com o Dalai Lama, posterior ao que realizar com os líderes chineses.
A advertência feita hoje pela China ocorre após um aumento de tensões entre ambas as potências, depois que Pequim suspendeu há quatro dias suas relações militares com os EUA em resposta ao plano de Washington de vender armas a Taiwan.
Durante a entrevista coletiva, o subdiretor do departamento afirmou que não houve progressos na recente rodada de negociações com os enviados do líder tibetano na China.
A delegação do Dalai Lama viajou à China na semana passada para empreender negociações com as autoridades do país asiático após uma ruptura de 15 meses. Foi a nona rodada de negociações entre os tibetanos e as autoridades chinesas desde o início do processo, em 2002.
Até o momento, nenhuma das rodadas de diálogo sino-tibetanas resultou em avanços significativos na disputa entre a China e os líderes tibetanos no exílio, abrigados na Índia.
O líder tibetano e prêmio Nobel da Paz em 1989 procura uma maior autonomia para o Tibete e um aumento do território compreendido na região, mas o Governo chinês segue considerando-o um separatista.