O presidente interino da Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF), Cabo Patrício (PT), encerrou, nesta quarta-feira (27), a sessão extraordinária em que seria eleito o novo presidente da Casa, para substituir Leonardo Prudente (sem partido), que renunciou ao cargo. Patrício adiou a eleição para o dia 2 de fevereiro.
O motivo seria uma denúncia publicada na imprensa segundo a qual o governador José Roberto Arruda (sem partido) estaria pagando R$ 4 milhões para os deputados votarem contra seu impeachment. No entanto, ao justificar o encerramento da sessão, Patrício disse que era “uma decisão de foro íntimo”.
Antes de iniciar a escolha do novo presidente da Câmara, o deputado leu a notícia publicada na internet que falava sobre o suposto pagamento a parlamentares pelo governador Arruda. A nota provocou debate entre governistas e oposicionistas.
O deputado Geraldo Naves, da base governista, alegou que a denúncia não tinha validade. A oposicionista Érika Kokay (PT), por sua vez, afirmou que a credibilidade da Casa para analisar os pedidos de impeachment foi colocada à prova.
Para que não paire nenhuma dúvida, essa sessão está encerrada, afirmou Patrício.
Além dos distritais, estavam também em plenário alguns dos suplentes convocados para analisar os pedidos de impeachment, no lugar dos deputados suspeitos de envolvimento no suposto esquema de corrupção e foram afastados pela Justiça.
O suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares e assessores em troca de apoio ao governo do Distrito Federal, que seria comandado pelo governador José Roberto Arruda, foi denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, no final de novembro do ano passado, em troca do benefício da delação premiada. O esquema foi desvendado pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora.