Dunga sabe que time colocará em campo contra a Holanda. O torcedor ainda não. Nenhuma pista até agora parece consistente para bancarmos o time inicial. Pelas palavras do técnico, Felipe Melo deverá jogar.
Um dos grandes méritos de Dunga é a sua convicção, que segue inabalável: Copa do Mundo é feita para ganhar, independentemente de que forma isso é feito. Os números lhe dão razão. A Copa de 94, sua lembrança favorita, lhe dá razão.
Todo trabalho ofensivo da equipe está baseado em Kaká, Robinho e Luis Fabiano. Pouca diferença fará se optar por Josué, Júlio Baptista ou Felipe Melo. O único que realmente poderia mudar alguma coisa é Ramires, que está suspenso.
Se estamos cansados de falar da falta de qualidade dos volantes, pra quê especular??
Dois trios são indispensáveis à seleção brasileira: o ofensivo e a parede formada por Maicon, Lucio e Juan. Some-se a eles, Julio Cesar.
HOLANDA
Tem uma equipe parecida com a do Brasil. Van Persie é menos decisivo que Luis Fabiano, mas conta com dois jogadores de talento no meio: Sneijder e Van Bommel.
Kuyt é o jogador que dá ritmo ao ataque pela esquerda e Robben está com fome de bola. Dará trabalho.
Será um jogo completamente diferente de tudo que vimos até agora. Esqueça o que aconteceu contra o Chile. Prepare-se para ver um bom jogo tecnicamente, com poucos erros e muita emoção. Uma partida de estratégia.
Fiz uma pesquisa com jornalistas aqui em Porto Elizabeth, local do jogo. Quem acompanha a Copa me garante que os elencos também são parecidos. O Brasil ganha na defesa, perde no meio de campo e empata no ataque.
Quando equipes com esse perfil se enfrentam, poucas chances são criadas. Uma chance desperdiçada poderá significar a eliminação. Não há espaço para segunda tentativa.
A bola parada também será decisiva.
Para que isso aconteça com mais freqüência, Dunga terá de incentivar jogadas individuais. É uma possibilidade de pendurar os marcadores adversários, sofrer faltas e derrubar sistemas defensivos bem arrumados. Pode ser o jogo de Robinho.
Todas as alternativas acima também serão usadas também pela Holanda. Por isso NÃO há favorito. O ponto de desequilíbrio do confronto será a tradição: enquanto buscamos o HEXA, a Holanda tenta apenas o seu primeiro titulo. A história mostra que os holandeses sempre atacam o Brasil. Se isso acontecer, o que não acredito, os brasileiros podem comemorar.
Que a famosa “bola do jogo” esteja com os brasileiros. E que Dunga se aproxime cada vez mais de 1994. Faltam só três.
(Colaboração: Raphael Prates)
