Foi uma aula de futebol e contra-ataque.
 
O Chile, assim como o México diante da Argentina, até que tentou, apostou na possibilidade de fazer um gol logo no começo da partida. Tentou desestabilizar a seleção brasileira.
 
Nos primeiros vinte minutos, os comandados de Marcelo Bielsa tiveram mais posse de bola, ocupavam mais a intermediária. O castigo foi aí. É como se os brasileiros dessem corda para os chilenos se enforcarem.
 
No espaço em que o Chile apostava suas fichas tinha Ramires. Felipe Melo não estava machucado; simplesmente perdeu a titularidade. Dunga conhece como poucos a posição. O esforço em manter seu homem de confiança seria em vão.
 
Ramires é muito mais jogador: desarma, conduz e lança melhor. A entrada do camisa dezoito foi fundamental para Daniel Alves e, principalmente, Kaká que destacou-se na armação de jogadas.
 
A velocidade e precisão do Brasil de Dunga são impressionantes. Poucas vezes se viu no futebol uma equipe tão precisa e objetiva.
 
A ansiedade ainda parece incomodar Luis Fabiano, que mesmo marcando gol, ainda tem errado passes e finalizações incomuns.
 
Virou rotina. Lucio brilhante, Juan preciso. Poucos estiveram abaixo do que podem.
 
“El Loco” Bielsa colocou Beasejour para impedir as subidas de Maicon. Com mais liberdade, Michel Bastos fez sua melhor partida na Copa do Mundo.
 
Robinho esteve bem. Ao lado de Luis Fabiano, completa o ataque e sempre é letal. Os dois não ocupam a mesma faixa de campo.
 
Com a escalação ideal, sem Felipe Melo, a seleção evoluiu. Teve ótima atuação e venceu com autoridade.
 
A lamentar a suspensão de Ramires nas quartas-de-final.
 
HOLANDA
 
A Holanda apresentou um futebol convincente. Trocou o futebol-arte por competição. Foi à África do Sul ciente que equilíbrio e pragmatismo podem lhe dar o título.
 
Cria pouco, mas quase não se expõe. Costuma atacar de forma objetiva, dá poucos espaços e não deverá mudar sua maneira de atuar.
 
Sneijder disputa uma grande Copa e Robben parece ter adquirido a forma no momento decisivo.
 
Será um grande jogo, de equipes de nível parecido. De arrepiar.
 
E que Felipe Melo tenha uma atuação de Ramires. Ou de Gilberto Silva.
 
 
(Colaboração: Raphael Prates)


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Alunos de Dunga dão aula e despacham Chile