Não sabe-se ao certo que dia a top model Alek Wek nasceu, mas ela foi registrada em Bahr al Ghazal, Sudão, no dia 16 de abril de 1977. Nessa sexta-feita (16), completa 33 anos e continua até hoje como símbolo maior da beleza genuinamente negra. “Ela não tem os traços de uma negra mestiça e ela não tenta colocar elementos da chamada beleza ocidental branca em seu visual. Nunca alisou o cabelo, não usa aplique, e é a única que é assim, de uma cor linda, impactante”, comenta a editora de moda da Folha de São Paulo Vivian Whiteman por telefone para o Virgula. Quem faz côro com Vivian é Maria Prata, editora de moda da Fashion TV: “Ela é a África tribal”.

Prata também relembra a história de Alek Wek, que a própria modelo escreveu no livro lançado em 2007, Alek: De Refugiada Sudanesa a Supermodelo Internacional. “Ela  saiu do Sudão descalça, é uma história muito forte e com o tempo ela foi trazendo os familiares para a Inglaterra. Ela é uma guerreira”.

A editora de moda Lilian Pacce, que esteve na Tanzânia  e no Quênia recentemente comentou com o Virgula que os masais (grupo étnico africano de seminômades) são magros e longelíneos – biótipo ideal para passarelas – e ela nunca ouviu falar de nenhuma modelo masai de projeção internacional. Talvez a explicação dessa ausência esteja nos ensaios de Francisco Bosco que ao escrever sobre Michael Jackson reflete: “Hoje assistimos, sem assombro, negras louras de cabelo liso como Mariah Carey e Beyoncé Knowles: louras de cabelo liso e traços finos […] Em outras palavras, isso quer dizer que o japonês será tanto mais bonito quanto mais ocidental e menos japonês ele for, o negro, idem, o chinês, também etc. Em suma, o multiculturalismo estético é, em sentido profundo, a negação da diversidade das culturas”.

E a prova disso é Alek Wek, a exceção que confirma a regra.


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Alek Wek é símbolo da beleza negra e da luta contra o racismo

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