A Guarda Litorânea americana informou, nesta quarta-feira (19), que os fragmentos de alcatrão encontrados nas praias da região de Florida Keys (extremo sul do estado) não tem relação com o vazamento de petróleo no Golfo do México.
“Os resultados dos testes mostram que as ‘bolas’ de alcatrão recolhidas nas praias da região de Florida Keys não correspondem ao tipo de petróleo procedente da plataforma que se incendiou no dia 20 de abril”, assinalou um comunicado do Serviço de guarda-costeira.
Na segunda-feira (17), mais de 20 “bolas” de alcatrão entre sete e 20 centímetros de diâmetro foram encontradas em diversas áreas da região de Florida Keys, principalmente em Key West. A descoberta fez soar o alarme entre os moradores, empresários e autoridades do estado perante a possibilidade de se tratarem de restos do vazamento de petróleo no Golfo do México.
No entanto, a análise realizada em um laboratório da Guarda Litorânea em New London (Connecticut) determinou que nenhuma das bolas de alcatrão encontradas procede da plataforma Deepwater Horizon, operada pela empresa British Petroleum (BP).
As mostras de alcatrão foram recolhidas por guardas florestais e pela guarda-costeira nas praias do parque estadual de Fort Zachary e Smathers Beach, em Key West, Cayo Big Pine, Cayo Loggerhead e no parque nacional de Dry Tortugas. Por enquanto, a origem do material é desconhecida.
Pat DeQuattro, oficial da Guarda Litorânea responsável pelo setor de Key West, assegurou que, apesar de descartar que o alcatrão proceda da mancha de petróleo que avança pelo Golfo, isto não “reduz a necessidade de continuar com a investigação e limpeza das áreas contaminadas da região de Florida Keys”.
O Departamento de Proteção Meio Ambiental da Flórida disse, nesta terça-feira (18), que a aparição do alcatrão no litoral não é um fato “tão incomum como poderia se pensar” e que “em 2008 e 2009 foram registrados 667 e 681 incidentes, respectivamente, de combustível e petróleo nas águas e nas praias da Flórida”.
A chegada da mancha de óleo à região de Florida Keys pode gerar um impacto catastrófico no setor turístico e no frágil ecossistema de recifes, considerado um dos três maiores do mundo.
Os prognósticos da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) indicam que, nos próximos dias, a mancha de óleo “já pode estar entrando na corrente marítima do Golfo” e chegar ao estado da Flórida.
Mais de 80 milhões de turistas visitaram a Flórida no ano passado e em 2008 o turismo gerou US$ 65,2 bilhões à economia do estado, segundo números oficiais.