Os papos sobre o fim do mundo fazem parte da história desde muito mais tempo do que podemos calcular aqui agora. Só que, normalmente, a fundamentação dessas previsões passa longe de convencer as pessoas.
Mas parece que o negócio está ficando sério.
Uma teoria matemática crê que, em 2100, ou seja, em 83 anos, o mundo sofrerá uma extinção em massa, o que já aconteceu antes, aliás. Nosso planeta enfrentou este problema cinco vezes em 540 milhões de anos. A mais poderosa delas, ocorrida há 250 milhões de anos, destruiu 95% das espécies que viviam por aqui.
Um estudo publicado pela Science Advances revela que a liberação de uma certa quantidade de carbono no oceano, onde está a maior parte da biodiversidade animal e vegetal da Terra, poderia desencadear uma sexta extinção massiva. Os cientistas acreditam que, se liberarmos mais de 310 gigatoneladas, entraríamos em um “território desconhecido”.
Extinções poderosas já têm sido detectadas por cientistas nos últimos séculos. Isso dificulta a comparação com ocorrências anteriores, que demoravam ao menos milhares de anos para se desenvolverem.
“Um fato interessante sobre os seres vivos e sobre o ciclo do carbono é que sempre que um deles passa por uma grande mudança, o outro é também afetado”, explica o professor Rothman, titular de geofísica do Departamento de Ciências Atmosféricas, Planetárias e da Terra do MIT.
Uma vez que o limite colocado no estudo for atingido, segundo os cientistas, passariam a ocorrer mudanças capazes de amplificar todos os problemas e alterações naturais que vemos acontecer nos dias de hoje.
Esse “número mágico” tem como referência extinções anteriores. A maioria ultrapassou as 310 gigatoneladas de liberação de carbono, sendo que a maior delas, que extinguiu 95% das espécies, acumulou um valor muito acima deste proposto como “fim da linha”.
O processo acelerado da liberação de carbono no oceano atualmente assusta os cientistas e torna muito provável que cheguemos ao número estipulado em 2100. Isso não quer dizer, porém, que um desastre total está previsto, pelo contrário. “No dia seguinte, todo mundo vai acordar e ir para o trabalho”, disse Rothman, que crê que um verdadeiro desastre pode demorar mais de 10 mil anos para ocorrer.