Ser moderador de conteúdo do YouTube implica em avaliar conteúdos que podem ser perturbadores e classificados como gatilhos emocionais. Após um crescente número de funcionários relatar sofrer com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), uma empresa decidiu tomar uma atitude, mas para se proteger de possíveis processos.

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Uma reportagem publicada pelo The Verge nesta sexta-feira (24) informou que a Accenture, empresa que fornece o serviço de mediação de conteúdo para o YouTube nos Estados Unidos, começou a pedir para que seus funcionários assinem um documento reconhecendo que há risco do serviço desencadear o transtorno.

“Eu entendo que o conteúdo que irei revisar pode ser perturbador”, diz o documento de duas páginas analisado pelo veículo. “É possível que revisar tal material possa impactar minha saúde mental, levando até mesmo ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Eu usarei o programa ‘weCare’ (que encaminha funcionários a ‘coaches de bem-estar’, de quem recebem suporte psicológico) e procurarei ajuda psicológica extra se necessário. Recorrerei ao meu supervisor/ou ao setor de recursos humanos se eu perceber que o trabalho está afetando negativamente minha saúde mental”.

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Em resposta ao veículo, a Accenture informou que a assinatura de tal documento é voluntária. No entanto, dois funcionários da empresa afirmaram ao The Verge que foram ameaçados de demissão caso se recusassem a assinar. O próprio documento especifica que as regras devem ser seguidas com rigidez: “a aderência estrita a todos os requisitos deste documento é obrigatória. O não cumprimento dos requisitos pode acarretar em má conduta e para os funcionários da Accenture, pode-se justificar ações disciplinares, incluindo demissões”.

No entanto, especialistas ouvidos pelo The Verge apontam que exigir que funcionários informem seu estado de saúde mental à empresa pode ser visto como uma ação ilegal perante as leis trabalhistas estadunidenses. Eles acreditam que o objetivo deste novo documento é proteger a Accenture de uma possível ação legal coletiva de atuais e ex-funcionários.

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O jornalista responsável pela matéria, Casey Newton, afirmou em seu Twitter nesta tarde que a Accenture também envia este formulário a moderadores de conteúdo que trabalham para o Facebook, na unidade do Texas. O jornal Financial Times relatou que a política é seguida pela empresa na Europa, onde trabalham quase 400 moderadores para as redes sociais de Mark Zuckerberg.

Mãe e filhos constroem casa com tutoriais do YouTube

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Ser moderador do YouTube pode causar danos à saúde mental; relata site