Produtora Clarissa Milford, que deixou Netflix, se reinventa e já fatura R$ 12 milhões (Foto: Divulgação)

Clarissa Milford já foi uma das cabeças pensantes do maior serviço de streaming do mundo, a Netflix. Mas resolveu se desafiar e tentar novos voos na carreira. Claro que deu certo!

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Clarissa apostou em algo que já estava em alta, mas ainda sem o boom que os últimos dois anos trouxeram à plataforma: o TikTok. A produtora criou a academia de Tiktokers, maior escola para vídeos curtos do Brasil. A academia já faturou R$ 12 milhões e agora dá um passo de internacionalização, com expansão na América Latina.

Uma pesquisa realizada pela Consultoria Palco e encomendada pela Academia de Tiktokers sobre o perfil de uso das redes sociais (Facebook, Youtube, Instagram e TikTok) na América Latina revelou que o nível de escolaridade dos empreendedores brasileiros é o mais baixo, com a maioria possuindo somente o Ensino Médio Completo, enquanto no Chile, Argentina, México e Uruguai o nível de instrução é universitário. A Colômbia é o país que possui o maior grau de escolaridade, com grande parte dos empreendedores com graduação e pós-graduação completos.

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Os dados presentes no estudo também analisaram os níveis de analfabetismo digital na América Latina. O Brasil lidera esse ranking com 46% da população que acessa as redes sociais, seguida da Argentina e Colômbia (40%), México (34%), Peru (32,10%). Chile (19%) e Uruguai (12%) apresentam os menores índices de analfabetismo digital e os maiores percentual da população usuária de redes.

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Para saber mais sobre tudo isso e sobre a carreira de Clarissa, nada melhor que um bate-papo com a própria empreendedora. Confira a entrevista completa abaixo.

Virgula: O que a fez deixar a Netflix para apostar em algo que na época ainda não tinha o tamanho tão relevante assim como hoje?

Clarissa: Por conta da pandemia, todo o setor cinematográfico foi afetado e as gravações ficaram paradas, e com a minha produtora audiovisual aqui em Porto Alegre não foi diferente. Tudo virou uma incerteza naquele momento. As plataformas para quais desenvolvíamos conteúdos  passaram a adiar as suas produções sem nenhuma previsão de retorno naquele momento.

Foi nesse momento também que a plataforma do Tiktok começou a surgir mais consistentemente no Brasil e impulsionar o que seria o início da revolução dos vídeos curtos que presenciamos tempos depois. Foi nesse contexto que surgiu a ideia, junto do meu sócio, Diego Davoli, de usar os meus conhecimentos de como fazer vídeos “viciantes”, somado ao seu conhecimento de marketing digital para começar a ensinar essa habilidade que atualmente se tornou fundamental! Foi assim que surgiu a Academia TT.

Virgula: O que você acha do analfabetismo digital elevado no país?

Clarissa: O analfabetismo digital elevado no Brasil é um desafio pouco falado, mas que precisa ser enfrentado com urgência, por meio de políticas públicas, investimentos em infraestrutura, capacitação de professores e alunos, oferta de conteúdo relevante e de qualidade.

Além de criar conteúdos acessíveis, claros e atraentes, que estimulem o aprendizado e a participação dos usuários nas redes sociais, isso sempre foi uma preocupação e um cuidado que temos na Academia, de criar conteúdos simples e de fácil entendimento, de modo que o aluno independente do grau de escolaridade consiga entender.

Virgula: No que o analfabetismo digital atrapalha e como podemos contribuir para erradicá-lo?

Clarissa: Na minha posição como CO-CEO da maior escola de vídeos do país, reconheço a importância crítica da alfabetização digital no mundo contemporâneo. O analfabetismo digital não é apenas uma barreira para o desenvolvimento pessoal, mas também um obstáculo significativo para a participação plena na sociedade e economia modernas.

E claro que esse é um tema que envolve r meio de políticas públicas, investimentos em infraestrutura, capacitação de professores e alunos de diversas esferas mas acredito que os empreendedores brasileiro possam também fazer muito sobre o tema.

Na Academia por exemplo, estamos comprometidos em abordar esse desafio de frente. Entendemos que a acessibilidade é a chave para a inclusão digital, e por isso oferecemos uma gama diversificada de conteúdos gratuitos, abrangendo formatos como texto, vídeo e áudio. Esta abordagem multifacetada garante que podemos atender às necessidades de aprendizado de uma ampla variedade de pessoas, incluindo aquelas com diferentes estilos de aprendizagem e necessidades especiais.

Acreditamos firmemente que o acesso à educação digital não deve ser um privilégio, mas um direito. Por isso, nossos recursos são projetados para serem acessíveis a todos, independentemente de sua situação financeira. Temos visto resultados tremendamente positivos com essa iniciativa, desde um aumento no engajamento e na satisfação dos usuários até histórias inspiradoras de alunos que superaram barreiras significativas através do aprendizado digital.

Ao capacitar os indivíduos com as habilidades digitais necessárias, não estamos apenas abrindo portas para oportunidades pessoais e profissionais, mas também fortalecendo as bases de uma sociedade mais conectada e inclusiva.


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