Os principais grupos da oposição no Bahrein acusaram neste domingo (06) o regime de falta de vontade política para sair da crise e criticaram a realização do Grande Prêmio de Fórmula 1 no país, apesar da repressão dos protestos.
As denúncias contra as autoridades coincidem com novas manifestações e distúrbios e com o início da terceira prova do Mundial de F-1.
O vice-secretário-geral do partido xiita Al Wefaq, o principal da oposição, Khalil Marzuq, destacou a necessidade de se estabelecer um roteiro e lamentou que as autoridades não lhes apresentaram “soluções reais”. Também lembrou que não há garantias que o regime, o qual chamou de “sectário”, respeitará qualquer acordo que seja obtido.
Marzuq salientou que os opositores condenaram o uso da violência e pediu às autoridades que pare de reprimir os protestos pacíficos.
Já o secretário-geral do pan-arabista Tamagu, Fadel Abbas, criticou que os organizadores da Fórmula 1 aceitem a atuação policial nas manifestações para que a corrida ocorra com segurança.
Na mesma linha, o secretário-geral do islamita Ekah, Mohammed al Shehabi, lamentou que não haja pressão por parte dos dirigentes da principal categoria do automobilismo às autoridades do Bahrein para que respeitem os direitos humanos.
A Polícia vem se mobilizando dentro e fora do circuito de Sakhir neste domingo, enquanto os manifestantes continuaram bloqueando algumas ruas e queimando pneus. Segundo os ativistas, dez pessoas foram detidas desde o começo do dia.
Grupos radicais ameaçaram recentemente efetuar ataques durante o GP em Manama, no marco dos protestos dos opositores contra essa competição.