Imagine o Facebook como alguém bem egoísta. Que não gosta de concorrência, de ser ignorado, que fica de mimimi se você não faz um login nele pelo menos uma vez ao dia… Esse é o Facebook, rede social mais popular do planeta, com mais de 500 milhões de usuários.
Nesta semana, a página lançou uma nova versão para sua página inicial, que dá ao cadastrado a possibilidade de ter um novo visual para seu perfil. Que ficou mais ágil, bonito e simples, algo ótimo. Mas também ficou mais pessoal e revelador: para o bem e para o mal.
No ano passado, ao mudar de look o Facebook foi criticado por ter copiado o Twitter no “news feed”, exibindo as últimas atualizações dos contatos de maneira similar ao modelo do microblog. Dessa vez, a sensação é que Mark Zuckerberg e equipe foram atrás dos principais elementos de outras redes sociais com um único objetivo: fazer-nos ficar presos ao Facebook o dia inteiro e ignorar os outros sites do gênero.
A primeira mudança clara é a maneira como podemos editar agora o nosso perfil. Toda a nossa vida pode ser revelada com alguns detalhes colocados ali, como escola em que estudamos, cidade onde moramos, times que torcemos e afins. A tecnologia do Facebook é inteligente o bastante para pegar esses dados e sincronizar com o de nossos contatos, formando pequenos grupos de pessoas com interesses e vivências em comum.
Um exemplo: ao ver o perfil de uma antiga amiga, descobri que ela estava casada com alguém que não conhecia. Rapidamente o Facebook mostrou quem era o rapaz: alguém que tinha estudado na mesma faculdade que ela. Assim, simples. Também revelou que eles trabalharam juntos na mesma empresa durante um certo tempo.
Aqui a rede social mais popular do planeta mira o Linkedin, rede social “profissional” de muito sucesso, com 85 milhões de usuários. Uma cópia clara é a opção de classificar os contatos como “próximos”, “colegas de trabalho” e etc. Mas o Facebook não imita apenas, ele se mostra superior: há até uma ferramenta que permite colocar informações sobre os projetos pelo os quais você anda envolvido recentemente.
Outra novidade são as comunidades temáticas. Em “Música”, por exemplo, pode-se escolher seus artistas prediletos. Em “Cinema”, o mesmo com filmes. Ou seja, ficou muito fácil saber quais contatos têm gostos similares ao seu. Legal, mas isso já não existia antes, no Orkut?
Com essas mudanças, Zuckeberg mostra que não mente quando diz que sempre pensou no Facebook como um espaço para as pessoas se integrarem, compartilharem experiências e descobrirem interesses em comum. E ele faz isso tão rapidamente quem percebemos e entramos em seu jogo. No novo perfil dá para fazer um raio-x de uma pessoa e até saber a história de sua vida.
Imagine o Facebook como um tubarão, que come e aglutina tudo o que vê pela frente, de peixinho a peixão. O assustador é que esse fome não acaba nunca.