A Agência Espacial Norte Americana (Nasa) liberou nesta quinta-feira (16) as fotos mais próximas já feitas do Sol, registradas pela Missão Orbiter. Esta é a primeira vez que são compartilhadas com o público.
O projeto é fruto de uma colaboração internacional entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Nasa. Lançada no dia 9 de Fevereiro deste ano, a sonda realizou sua primeira passagem perto estrela no meio de Junho, após enfrentar alguns imprevistos por causa da pandemia.
“Essas imagens sem precedentes do Sol são as mais próximas que já obtivemos”, afirmou Holly Gilbert, cientista da Nasa. “Essas imagens surpreendentes ajudarão os cientistas a reunirem as camadas atmosféricas do Sol, informação importante para entendermos como ele conduz o clima espacial perto da Terra e em todo o sistema solar”, explicou ao site da agência espacial.
As fotos foram tiradas no dia 30 de Maio e mostram a atmosfera superior do Sol.
Daniel Müller, cientista da ESA, abriu que a equipe não esperava ter resultados positivos e precisos tão cedo.
Afinal, a missão, lançada pouco tempo antes do lockdown ser instaurado em vários países europeus e cidades estadunidenses, passou por tempos incertos em meio à pandemia. O Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC), na Alemanha, por exemplo, fechou por mais de uma semana e outros grupos trabalharam com a equipe reduzida. Todos os funcionários, exceto os essenciais, trabalharam de casa, algo inédito para muitos cientistas.
A sonda conseguiu chegar ao seu objetivo na data estipulada. Ela passou a 48 milhões de milhas da grande estrela e seus 10 instrumentos conseguiram registrar as imagens mais próximas do Sol já obtidas. A Nasa explica que outras naves chegaram mais perto do astro, mas não tiraram fotos tão próximas.
David Berghmans, de Bruxelas, é um dos principais astrofísicos da missão e encontrou nas fotos o que chamou de “fogueiras” solares. Elas são os pequenos circuitos, pontos brilhantes em erupção e fibrilas escuras em movimento que apareceram nas imagens captadas pela sonda.
“As fogueiras que estamos falando são ligadas a explosões solares e são, no mínimo, milhões, talvez bilhões de vezes menores […] Quando olhamos para as imagens em alta resolução da EUI, elas [fogueiras] estão em todos os lugares”, afirmou Berghmans.
De acordo com a ESA, essas erupções podem estar contribuindo para as altas temperaturas da superfície do sol e a origem do vento solar.
A Nasa explicou que ainda não pode dizer precisão o que são essas fogueiras. Para isso, aguardam “com ansiedade” novos dados.