Mulheres perdem espaço entre público gamer brasileiro, aponta pesquisa (Foto: Divulgação)

A nova edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), levantamento anual consolidado sobre o consumo de jogos eletrônicos no país, celebra 10 anos de existência. Ao longo desta uma década de estudos, a versão de 2023 destaca o engajamento dos brasileiros com os games: 82,1% consideram que jogar jogos eletrônicos é uma das suas principais formas de diversão.

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A PGB 2023 entrevistou 14.825 pessoas no Brasil, em 26 estados e no Distrito Federal, durante
o mês de janeiro deste ano. O estudo é desenvolvido pelo SX Group e Go Gamers em parceria
com Blend New Research e ESPM. De acordo com a recém-divulgada 10a edição, 70,1% da
população no Brasil afirma jogar algum tipo de jogo. Comparado ao ano de 2022, o dado
apresenta uma queda de 4,4 pontos percentuais.

“A primeira edição da PGB aconteceu em 2013 com o objetivo de entender o perfil dos
jogadores. Na leitura inicial, quem reinava eram os consoles e vimos os smartphones ganharam espaço, preferência e relevância no mercado ano após ano. Essa evolução trouxe novos modelos de negócios e um público feminino cada vez mais representativo e com maior
diversidade para classes sociais menos privilegiadas.

Observamos o crescimento dos eSports e acompanhamos todos os aspectos das mudanças de comportamento no antes, durante e pós pandemia”, diz Guilherme Camargo, sócio do SX Group e professor na pós-graduação da ESPM.

Público gamer brasileiro é diverso

Nos últimos anos, as mulheres dominaram o consumo de jogos eletrônicos, principalmente por
conta da sua forte presença nos smartphones e preferência por jogos casuais. De acordo com a
10a edição, agora os homens assumem a liderança, representando 53,8% frente a 46,2% de
mulheres.

“Um dos principais aspectos para essa mudança está relacionado com o aumento do interesse e
investimento das grandes publicadores na criação e lançamento de seus jogos na plataforma
smartphone. Isso também trouxe um maior envolvimento no cenário competitivo, atraindo os
jogadores conhecidos como ‘hardcore gamers’, que são em sua maioria homens, para os
smartphones, que era um território predominantemente feminino”, afirma Camargo.

Em relação à faixa etária, os dados reforçam que não há idade certa para jogar e que a atividade já está presente em praticamente todas as faixas etárias. O maior público possui entre 25 e 29 anos, com 16,2%. Jovens de 20 a 24 anos representam 15,1%; adultos de 30 a 34 anos compõem mais 16,1% dos jogadores brasileiros e pessoas com 35 a 39 anos representam
15,5%. Brasileiros com 45 anos ou mais também possuem o hábito de jogar em volume páreo,
com 15,8% na soma.

Já sobre a etnia dos gamers brasileiros, como constatado nas edições anteriores, a maioria é
negra (54,1%) quando somados aqueles que afirmam ser pretos (12,7%) ou pardos (41,4%),
enquanto pessoas que se declaram brancas representam 42,2% dos jogadores de jogos
eletrônicos no Brasil.

Acerca de classe social, a PGB 2023 mostra que a maior parte dos gamers brasileiros segue
pertencente à classe média (B2, C1 e C2), com 65,7%. Pessoas de classe média-alta (B1)
representam 11,7% do público; da classe A representam 12,3% e a base da pirâmide (classes D e
E) representa 10,4%.

Celular dispara como plataforma favorita

Seja pela mobilidade, fácil acesso ou pela oferta cada vez maior de jogos nesta plataforma, os
celulares estão isolados como plataforma favorita dos gamers no Brasil. Segundo a 10a edição
da PGB, 51,7% dos brasileiros preferem usar os smartphones para jogar os mais variados tipos
de jogos eletrônicos. O dado representa um aumento de 3,4 pontos percentuais comparado à
edição de 2022 do estudo (48,3%).

A principal diferença é que os consoles domésticos agora aparecem como a segunda plataforma
favorita, com 20,5% de preferência do público. Os computadores, que na edição anterior ocupavam esta posição, são a terceira preferência da comunidade, com 19,4% na soma entre
desktops e notebooks.

Dispositivos móveis também são a plataforma na qual os jogadores brasileiros jogam com mais
frequência: 30,5% jogam todos os dias em seus celulares — nos consoles e computadores, jogar
diariamente é um hábito para 12,2% e 14,1% dos players, respectivamente. Apesar disso, é nos
consoles e computadores que as sessões mais longas acontecem: jogar de 1 a 3 horas é comum
para 38% dos gamers de consoles e para 32,9% dos jogadores de computadores, ao passo que
31,1% dos gamers de smartphones jogam nesta mesma duração.

“O smartphone ganhou relevância em 2016, quando assumiu a liderança e se tornou uma das
plataformas mais populares entre os jogadores no Brasil. Esse crescimento trouxe novas
perspectivas de público que puderam, a partir de então, ter acesso e consumir jogos
eletrônicos, consequentemente movimentando a indústria de games e democratizando o
consumo de jogos no país”, analisa Carlos Silva, sócio da Go Gamers.

Independentemente da plataforma, a PGB 2023 indica um equilíbrio entre quem joga de
maneira mais casual e mais compromissada. Segundo a pesquisa, 19,9% dos jogadores jogam
de 2 a 4 horas na semana, seguidos por 18,8% que investem de 8 a 20 horas de seu tempo com
games ao longo de 7 dias. Entre ambos os recortes, há 16,1% que dedicam de 6 a 8 horas e
15,9% que jogam de 4 a 6 horas por semana, e também 15,9% que jogam por menos de 2 horas
na semana.


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Mulheres perdem espaço entre público gamer brasileiro, aponta pesquisa

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