O novo livro de Julian Assange, “Cypherpunks”, no qual o fundador do “Wikileaks”, que está há mais de três meses na embaixada do Equador em Londres, discorre sobre a liberdade e a internet junto a outros ativistas, será lançado em novembro após fechar um acordo com a editora OR Books.
“Cypherpunks”, coescrito por Assange, Jeremie Zimmermann, Jacob Applebaum e Andy Müller-Maguhn, estará à venda a partir de 26 de novembro em formato tradicional e como livro eletrônico, segundo divulgou nesta segunda-feira no site do editorial independente.
Assange, a quem o Equador concedeu asilo e é requerido pela justiça sueca por denúncias de abusos sexuais, diz ter escrito o livro em resposta a sua preocupação há muito tempo pela vigilância e o controle de internet por parte do governo, segundo “The New York Times”.
“Em março me reuni com três ‘cypherpunks’ para discutir sobre resistência. Dois deles estão sob o olhar das forças de segurança por seu trabalho para salvaguardar a privacidade e suas palavras e histórias merecem ser escutadas”, disse em comunicado.
Ao longo de 192 páginas, os ativistas se perguntam, entre outras coisas, se o Facebook e o Google constituem “a maior máquina de vigilância jamais inventada” para seguir os passos “de nossa localização, nossos contatos e nossas vidas”.
O fundador do “Wikileaks” está desde junho asilado na embaixada equatoriana em Londres para evitar sua extradição à Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, que o australiano negou várias vezes.
Apesar de o Equador lhe conceder asilo, o governo britânico se nega a dar um salvo-conduto para o fundador do Wikileaks deixar o país. O portal foi responsável pelo vazamento de milhares de telegramas diplomáticos que comprometeram governos de todo o mundo e prejudicaram especialmente os Estados Unidos.
Assange teme que, se for extraditado para a Suécia, o país o envie aos EUA, onde acredita que poderia ser condenado à pena de morte ou à prisão perpétua, por ter filtrado telegramas diplomáticos americanos confidenciais.
Equador pediu a Londres um salvo-conduto para que Assange possa sair sem problemas do país e ir para o asilo, mas o governo britânico assegura que o deterá porque tem a obrigação de extraditá-lo à Suécia.