Houve um tempo em que o lança-perfume era uma droga liberada. Desde a sua proibição a substância química sempre fez sucesso no período do carnaval e também em raves. Em plena era cibernética e também cinco anos depois do Orkut entrar de vez na vida dos internautas, o lança-perfume é comercializado livremente na rede social.
A notícia se espalhou rapidamente depois que o site O Globo colocou uma matéria no ar. O Virgula Tech foi averiguar a situação e logo nas duas primeiras comunidades em que entramos foi possível pegar contatos de pessoas que dizem vender a droga e também o relato de algumas outras dizendo quem é um bom vendedor, quem é o caloteiro… As discussões são completamente abertas.
Nas duas comunidades visitadas por nós, o tal do famoso “Argentino” é o mais fácil de localizar. Ele revela que, como na Argentina o lança-perfume é liberado, pode enviar pelo correio a droga para países em que o líquido alucinógeno é proibido. E ainda dá detalhes de como embalará o produto para que não haja danos a no trajeto e para que não caia nas mãos da fiscalização.
Em uma das comunidades, um tal de “Zé” revelou: “Pessoal, para quem não sabe, o lança-perfume usado na Argentina e Paraguai chama ‘Bom AR’. Eu tenho para venda a substância pura do lança-perfume, sem os aromatizantes que compõem sua fórmula”. Depois disto, o indivíduo ainda divulgou um pouco da tal fórmula e colocou links do Google e Wikipedia para confirmar às pessoas que “estes sites de confiança podem dizer que falo a verdade”.
Tropa de Elite nos Traficantes
Fica muito difícil perseguir a pessoa que está vendendo a droga, bem como a que está a fim de comprá-la, uma vez que o cadastro na rede social do Google não exige factualmente a comprovação de que a pessoa é mesmo quem diz ser. Sendo assim, a venda, compra e até o rastreamento por parte da Polícia Federal são muito dificultadas. Mas O Globo conversou com Paulo Quintiliano, chefe do setor de perícia e informática do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. Ele revelou que os traficantes pensam que estão livres quando comercializam substâncias ilegais pela internet, mas que, apesar da dificuldade, é possível chegar sim aos infratores.
Como o ciberuniverso é grande, a Polícia depende das denúncias feitas dos usuários para chegar até os criminosos. O próprio Quintiliano disse que o trabalho da Polícia nos crimes na internet não é suficiente.
E o homem da Polícia Federal está certo. Não tem como investigar um universo tão gigantesco como é a internet. Para isto, vale cooperar e muito com o bem estar social de todos. Para denunciar uma comunidade, internauta, fórum etc, basta mandar um e-mail para crime.internetdpf.gov.br ou fazer a denúncia nas próprias superintendências regionais. Ajude a limpar as ruas de indivíduos como o tal do Zé e o Argentino que o Virgula Tech citou nesta matéria.
