Ele contou com o trabalho de dezenas de atores, 32 câmaras em alta definição e um equipe especialista de produção. Seu roteiro captura a essência do mais sórdido e refinado cinema noir, mas “L.A. Noire” não é um filme, é o game que deve se transformar em ícone de toda uma geração.

Eles já conheciam os segredos para vencer no mercado dos jogos eletrônicos atual, já o tinham conseguido antes com “Grand Theft Auto” e “Red Dead Redemption“, mas os rapazes da Rockstar pediram a colaboração dos australianos da Team Bondi e conseguiram dar um salto qualitativo com este título que está sendo lançado nesta sexta-feira na Espanha e há três dias nos Estados Unidos, com novidades além de sua cuidada estética.

Há décadas, a indústria do lazer digital interativo trabalhou para transferir com a maior fidelidade possível o mundo real para os consoles de games e “L.A. Noire” fica a um palmo de conseguir o sonho de condensar toda a magia do cinema em um videogame graças à revolucionária tecnologia MotionScan.

Com uma rede de 32 câmeras, MotionScan consegue capturar, em todas suas dimensões e em alta definição, os gestos de um ator para passá-los digitalmente com um realismo fora de série e nunca antes visto em um game.

Esta tecnologia constitui o pilar mais importante da jogabilidade de “L.A. Noire”, que recria uma narrativa dramática na qual as palavras são tão importantes como a maneira na qual elas são ditas pelos diferentes personagens.

Os jogadores deverão se colocar na pele de Cole Phelps, um veterano da Segunda Guerra Mundial, idealista e honrado em seus objetivos, que se une ao departamento de Polícia de Los Angeles com a aspiração de fazer carreira e com a decepção de comprovar que a corrupção impera na cidade, por volta de 1947, atingindo inclusive as autoridades.

O “olfato” de detetive, a suspeita, a capacidade de observação e, sobretudo, o interrogatório de algumas testemunhas, servirão para Phelps, ou seja, os jogadores deverão resolver os casos que vão surgindo, com o objetivo de ganhar a confiança de seus superiores.

Em suas tramas e roteiro, “L.A. Noire” conta também com tinturas cinematográficos ao refletir todo o luxo e as misérias da Hollywood dos anos 40 e 50.

De fato, o primeiro caso que um novato Phelps encontra é o mesmo que inspirou o filme “Dália Negra” de Brian De Palma, e, como tantos outros, é baseado em crimes reais que por sua atrocidade comoveram a cidade de Los Angeles da época, um ingrediente a mais para tornar verossímil a proposta.

O gênero? É difícil de defini-lo. Quem espera um “sandbox” com final aberto ficará decepcionado.

Pelo contrário, quem desfruta das aventuras gráficas, dos títulos de ação, dos thrillers em terceira pessoa, dos quebra-cabeças, dos combates corpo a corpo ou das corridas de carros comprovarão como a solidez de “L.A. Noire” permite passar por todos esses gêneros sem transições difíceis e artificiais, como se fosse realmente um filme.

Os mais observadores jogarão com vantagem e poderão passear por cantos inacessíveis para quem prefere passar pisando em ovos pelos casos, que perderão a riqueza de locações, figurino e ambientes que recriam a cidade de Los Angeles de seis décadas atrás com todo luxo de detalhes.

É o primeiro game que participa da seleção oficial de um festival de cinema – estará presente em Tribeca, Nova York -, e antes de seu lançamento já inspirou um livro de relatos com autores como Joyce Carol Oates.

Mas só a partir de hoje os jogadores poderão adquirir o título mais esperado da temporada, disponível para PlayStation 3 e Xbox 360. Uma compra imprescindível para quem dentro de duas décadas queira falar que desfrutou a estreia do título que levou o cinema para o mundo dos videogames. 


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"L.A. Noire", o game mais esperado dos últimos anos, é lançado na Espanha

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