O estilo da cantora Kelis
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A cantora americana Kelis lançou em seu Twitter um bravo discurso contra o Reino Unido alegando ter sido vítima de preconceito racial no dia 12, no aeroporto de Heathrow em Londres.
Ela declarou que estava a caminho dos Estados Unidos em companhia de Knight, o filho de 2 anos, depois de ter se apresentado no festival britânico Bestival, quando um homem achou que ela havia furado a fila e a chamou de “escrava” e de “nigeriana nojenta”.
Ela escreveu em seu perfil do Twitter:
“Chegamos na fila dos passaportes e devemos ter irritado um homem que achou que eu estava furando a fila. O que não seria assim tão estranho para mim, mas desta vez não o fiz (pelo menos não totalmente). Um “homem” (e uso a palavra “homem” equivocadamente aqui) gordo e suado, com a cara vermelha, começou a me chamar de escrava, a dizer para que eu o tratasse por “senhor” e que eu devia ser uma nigeriana nojenta. Ele me chamou de ‘Kunta Kinte’ (nome de uma personagem escrava no livro “Roots: The Saga of an American Family”) e me deu um sermão”.
A cantora parece ter ficado ainda mais brava principalmente porque ninguém fez nada:
“O homem atrás do balcão riu, abanou a cabeça como quem concorda, imagino eu, e disse ‘Kunta Kinte’. Durante este tempo todo, a fila toda – as pessoas com quem vim no avião durante 3 horas – Mais de 50 pessoas, ninguém disse nada. Literalmente nada. Nem se mexeram. Todos sabemos que eu não sou nenhuma santa, então me vinguei. Não da maneira que queria, ou como aquele porco merecia”.
”Ela seguiu falando sobre como os problemas raciais no Reino Unido existem e são meramente “disfarçados” e apelou para uma mudança nas mentalidades:
“Passo a vida em Londres e hoje digo que as questões raciais no Reino Unido são nojentas. Está tudo atrasado décadas porque as coisas são escondidas e disfarçadas. As pessoas não falam disso. As pessoas não lutam por isso. Não é por não se falar do problema que ele vai desaparecer. Estou falando disso agora porque, como norte-americana, eu sei que o meu país tem imensos conflitos raciais. Somos o exemplo principal de desequilíbrios raciais, até mesmo com um Presidente negro. Mas não é nenhum SEGREDO! E posso lutar contra isso. Posso tentar preparar e ensinar o meu filho. Porque é um assunto sobre o qual se fala. Mas não se pode lutar contra algo de que ninguém quer falar ou que as pessoas queiram sequer admitir que é um problema. Todos querem ser politicamente corretos. Mas quem é que realmente se interessa…? Talvez alguém comece a abordar o assunto por causa disso”, concluiu. a cantora.