Onde você esteve, quais são seus melhores amigos, o que os amigos com quem você mais interage estão fazendo, o que você está querendo comprar, para onde quer viajar, suas dúvidas e pensamentos. Privacidade e navegação na internet são duas ideias difíceis de caminharem juntas. Algoritmos usados por empresas como Facebook e Google traçam e armazenam atividades de usuários e usam esses dados para priorizar conteúdo personalizado ao internauta, quando não para suprir interesses políticos e empresariais.

“As pessoas estão em constante vigilância por várias empresas. Os dados são coletados, compilados, analisados e usados para tentar nos vender alguma coisa. Anúncios personalizados são como essas empresas fazem dinheiro. Nós somos o produto, não os usuários”, avaliou o especialista em segurança da internet Bruce Schneier, da Harvard Kennedy School, em entrevista ao jornal The Harvard Gazette.

Mas o uso de informações privadas de usuários vai além de interesses comerciais, e o escândalo da utilização de dados do Facebook para influenciar as últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos e a saída do Reino Unido da União Europeia são exemplos disso. Usuários não mentem quando fazem uma pesquisa no Google e todas as informações compartilhadas ficam na memória do banco de dados, explicou Schenier.

Até e-mails não são privados, disse o especialista. “Se eu quero ter uma conversa privada, uso um chat de um aplicativo criptografado como Signal. Eu não uso Gmail porque não quero que o Google acesse meus e-mails, mas a última vez que chequei o Google tinha metade dos meus e-mails porque a maioria das pessoas usa Gmail”, contou. Mesmo as informações deletadas pelo usuários, podem continuar salvas no banco de dados de empresas de internet, explicou o desenvolvedor web Dylan Curran, que fez uma série de denúncias no Twitter contra o Google e o Facebook por invasão de privacidade.

“O Google guarda todo o histórico de vídeos que você assistiu no YouTube. Sabe quando você terá filhos, se é conservador, progressista, judeu, cristão ou muçulmano. Se você está depressivo, com tendências suicidas ou se é anoréxico”, enumerou Curran. As pessoas jamais deixariam que o governo ou uma empresa colocasse uma câmera e microfones dentro das casas delas, ou um localizador para rastrear seus passos, mas fornecem todas essas informações via internet, disse Curran que compartilhou imagens dos próprios dados armazenados pelo Google e Facebook.

Lançado no último ano, o filme O Círculo mostra o poder de uma empresa de comunicação no controle sobre a vida das pessoas e um banco de dados que poderia ser usado para manipular o futuro de empresas, da economia e da política mundial. A constante vigilância nas ruas, via internet e redes sociais, foi outro tema abordado na produção de James Ponsoldt. Os fatos impressionam e parecem fantásticos, mas estão próximo à realidade da relação privacidade e internet.

Confira na galeria dicas sobre como ter mais privacidade na web.

 

15 dicas para ter privacidade na internet

Não poste detalhes de identificação em sites públicos, como usar tags em fotos online

Créditos: Pixabay

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Internet e privacidade: até que ponto você está seguro?

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