Uma corte federal dos EUA abrigou nesta última sexta-feira (18) um novo episódio da batalha legal que os gigantes tecnológicos Apple e Samsung mantêm pelas patentes de smartphones e tablets, nesta ocasião, centrado na importância que suas funções têm para os usuários.
Segundo a companhia californiana, características no uso do iPhone que a Samsung teria copiado, tais como o desbloqueio de tela e o zoom tátil, são elementos-chave para os usuários na hora de tomar uma decisão de compra, algo que a Samsung desmentiu no julgamento de hoje, em San José (Califórnia, EUA.).
“As razões que levam os consumidores a escolher um telefone ou um tablet determinados não são as características menores que são discutidas neste julgamento”, argumentou o especialista proposto pela Samsung, o professor de marketing da Universidade da Pensilvânia (EUA) David Reibstein.
De acordo com Reibstein, os elementos que determinam na hora da compra são “o preço, a duração da bateria e o sistema operacional”, mas em nenhum caso “acessórios como o ‘deslize o dedo para desbloquear'”.
Samsung e Apple disputam as patentes dos smartphones e tablets desde 2011, quando a empresa de Steve Jobs processou os sul-coreanos por ter copiado o projeto de seus produtos, que os asiáticos responderam rapidamente processando por sua vez a Apple por violações das patentes da tecnologia 3G.
Durante estes anos não pararam os processos e julgamentos entre ambos os gigantes, sendo a maioria deles resolvidos a favor da Apple até o momento, de modo que a Samsung já tem uma dívida de quase US$ 1 bilhão com seus concorrentes americanos.
No entanto, ambas as companhias apelaram sem exceção das decisões judiciais que foram contrárias a seus interesses, de modo que o processo vive agora uma segunda parte na qual os esforços de uma e outra empresa se centram em tentar demonstrar os danos que os supostos plágios, por parte da concorrência, causaram sobre suas vendas e planos de expansão.
Entende-se portanto que a defesa por parte de Samsung tenha se dirigido hoje a relativizar a importância que para as vendas de seus telefones tenha uma possível cópia de algumas das funções do iPhone, já que, em caso volte a obter uma decisão judicial contra si, o objetivo é suavizar ao máximo a pena econômica imposta por uma suposta condenação.
Assim, a Apple pede agora à Samsung até US$ 2 bilhões por danos por plágio, enquanto a Samsung reivindica à Apple US$ 7 milhões por infringir suas patentes de software.
“Determinar se as pessoas comprariam ou não um telefone com base nas funções patenteadas pela Apple é como pedir que elejam um automóvel em função do tipo de porta-copos incorporado no carro”, ressaltou o especialista da Samsung para tentar desautorizar uma pesquisa da Apple sobre a disposição dos usuários a comprar um telefone ou tablet em base nestas características.